Francisco: José de Anchieta foi exemplo da alegria apostólica
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou na tarde de ontem, 24,
na Igreja de Santo Inácio, centro de Roma, uma Santa Missa em ação de graças pela
canonização de São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil. A celebração, toda ela
em português, teve a presença de cardeais, bispos, devotos de Anchieta e autoridades
brasileiras.
Na sua homilia, feita em espanhol, o Papa Francisco afirmou que
a “a Igreja não cresce através do proselitismo mas por atração do testemunho”. E recordou
José de Anchieta, afirmando que a força da atração dos discípulos de Jesus que irradia
alegria é alegria apostólica e José de Anchieta era um exemplo desta alegria:
“Ele,
junto com Nóbrega, foi um dos primeiros jesuítas que Inácio enviou à América. Jovem
de 19 anos. Era tal a alegria que tinha que fundou uma nação. Pôs os fundamentos culturais
de uma nação em Jesus Cristo. Não tinha estudado teologia. Não tinha estudado filosofia.
Era um jovem. Também São José de Anchieta soube comunicar aquilo que tinha experimentado
com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido d'Ele; e essa foi e é a sua santidade.
Não teve medo da alegria”.
São José de Anchieta - disse ainda o Papa -
tem um hino belíssimo dedicado à Virgem Maria, a quem, inspirando-se no cântico de
Isaías 52, compara com o mensageiro que proclama a paz, que anuncia a alegria da Boa
Notícia. Francisco concluiu sua homilia incovando Nossa Senhora, para que “Ela, que
naquele alvorecer do domingo insone pela esperança, e que não teve medo da alegria,
nos acompanhe em nosso peregrinar, convidando todos a se levantarem, para entrar juntos
na paz e na alegria que Jesus, o Senhor Ressuscitado, nos promete”.
O decreto
de canonização de São José de Anchieta (1534-1597) foi publicado a 3 de abril e recorre
a um processo instituído no século XVIII por Bento XIV.
Na conclusão da celebração
o Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno Assis fez
um breve agradecimento ao Santo Padre afirmando que “a Igreja no Brasil e o povo brasileiro
agradecem a Deus por lhes permitir realizar um sonho que durou mais de 400 anos: ver
o Apóstolo do Brasil apresentado à Igreja Universal como testemunha de Jesus Cristo".
“Estou certo, Santo Padre, de trazer à sua presença centenas de jesuítas
que, ao longo de muitos anos, trabalharam para este momento. Não só dou voz aos filhos
de Santo Inácio, mas também a milhares de fiéis leigos envolvidos pela santidade e
carisma do Padre Anchieta. Eles deram o melhor de si para que esta celebração acontecesse.
Assim, em nome de todos eles, vivos ou já na visão beatífica, quero, do fundo do coração,
dizer-lhe: muito obrigado, Santidade!”
Ainda no final da Santa Missa
o Padre Anton Witwer Postulador Geral dos Jesuítas e Padre César Augusto, vice-postulador
da causa de Anchieta, entregaram ao Santo Padre uma relíquia de José de Anchieta.
Presentes
entre outros, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, o Prefeito da Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João
Braz de Aviz, o Arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, o Primaz do
Brasil, Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger e o Preposto dos Jesuítas, Padre
Adolfo Nicolas. (SP)