2014-04-23 16:13:47

Visita do Papa à Coréia na esteira de seus mártires. Bispo de Daejeon e a expectativa pelo encontro de Francisco com os jovens asiáticos


Cidade do Vaticano (RV) – “Tenho a alegria de anunciar que, se Deus quiser, em 15 de agosto próximo, em Daejeon, na República da Coréia, encontrarei os jovens da Ásia no seu grande encontro continental”. As palavras do Papa Francisco foram acolhidas “com lágrimas nos olhos” por Dom Lazzaro You Heung-sik, Bispo da Diocese de Daejeon, ao definir sua emoção diante do anúncio do Pontífice que já havia, em março passado, falado de sua viagem à Coréia do Sul, a ser realizada de 14 a 18 de agosto. É a terceira viagem de um Pontífice ao país asiático.

A Diocese de Daejeon, localizada no centro do país, vai acolher a VI Jornada da Juventude Asiática. “Um evento extraordinário para todo o nosso país”, afirmou o Prelado. “Difícil exprimir em palavras a nossa alegria. Acredito que seja um milagre operado por Nossa Senhora”. Mas, por quê?

“Como é sabido – responde emocionado Dom Heung-sik – o Papa Francisco virá á Coréia do Sul também para beatificar 124 mártires coreanos mortos por ódio à fé entre 1791 e 1888. E, 49 mártires são daqui, de Daejeon. O cristianismo na Coréia não entrou pelos missionários, mas graças aos próprios fiéis leigos coreanos, entre eles alguns estudiosos. Para estes, bem cedo o estudo tornou-se uma fonte da fé. Graças a eles o Evangelho chegou às pessoas mais simples, que nas Escrituras fundamentaram sua vida cotidiana. Foi o testemunho deles que levou o Evangelho ao meu território”.

P: Portanto, será uma Jornada da Juventude asiática em nome dos mártires?

R: “Desejamos levar às nossas novas gerações os mártires da fé como exemplo de vida, até o derramamento de sangue. Estes mártires são o espelho da santidade que queremos levar aos jovens da Ásia”.

P: O logotipo da Jornada parece dizer isto claramente...

R: "Sim. Ele apresenta a Cruz, símbolo da salvação de Cristo. Nas laterais da Cruz, estão duas chamas, uma vermelha - que recorda o sangue dos mártires – e uma azul, para fazer menção ao mesmo tempo, às cores nacionais. Sob a Cruz se encontra um Y estilizado, que significa Youth (jovem); ao lado do 'Y' tem um 'a' (Ásia) e um 'd' (Day) para o acrônimo 'Asian Youth Day' (Jornada asiática da Juventude). Na forma, 'a' e 'd' recordam o alfa e o ômega, para destacar que tudo tem origem e tudo acaba em Deus. Daqui o slogan 'Juventude asiática, despertai, a glória dos mártires resplandece sobre vós!".

P: Quantos jovens são esperados?

R: "É difícil prever agora. Certamente serão milhares. Na Ásia os católicos são uma exígua minoria, e muitos vêm de países pobres. Para complicar as coisas, existem diversas composições étnicas, raciais, linguísticas, deste grandíssimo continente. Para entrar na Coréia, é necessário um Visto e a viagem custa muito. Tanto jovens estão sem trabalho e, portanto, é difícil fazer previsões. Sabemos que, com os coreanos, poderiam chegar a 1.200 jovens das 22 nações asiáticas, e agora que o Papa disse que virá, as inscrições crescerão muito".

P: Que país o Papa Francisco encontrará?

R: "Um país em que os cristãos estão aumentando. Hoje existem pouco menos de 5 milhões e meio de católicos (10,4% da população). As últimas estatísticas falam de um incremento de 1,5% em relação aos anos precedentes. E assim também a economia. Este crescimento de fiéis poderia fazer da Coréia a locomotiva da evangelização da Ásia e acredito que a próxima visita do Papa dará uma ulterior força à esta obra. Todo o povo quer bem Francisco".

P: Quais são os principais momentos do programa da visita papal?

R: "O Papa estará na Coréia de 14 a 18 de agosto. Dois dias (14 e 15) estará na minha diocese onde encontrará jovens e autoridades. Em 15 de agosto, o Pontífice celebrará a Missa no estádio de Daejeon e logo a seguir almoçará com 20 jovens representantes da Ásia. Na tarde do dia 15 irá a Somae, onde nasceu o primeiro Santo coreano, e onde encontrará seis mil jovens em uma tenda montada com este propósito. Entre estes, estarão também aspirantes ao sacerdócio e seminaristas. Neste encontro o Papa Francisco responderá às perguntas dos jovens. Na manhã do dia 16 estará em Seul para a beatificação dos 124 mártires, após, em Cheonhju, a visita a uma casa de acolhida de pessoas deficientes, que será seguida de uma audiência a religiosos, religiosas e leigos. No domingo, dia 17, o Papa irá a Haemi, onde foram mortas milhares de pessoas que deram a vida por Cristo e aqui se realizará o encontro com os Bispos da Ásia. Na parte da tarde, sempre em Haemi, a missa final com os jovens. Em 18 de agosto a viagem se concluirá com a Missa em Seul pela reconciliação e a paz entre as duas Coréias. E este será um momento forte para todo o povo coreano". (JE)













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