2014-04-23 16:14:48

Moçambique: Governo nega paridade no Exército nacional


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O Governo de Moçambique tornou claro esta segunda-feira (21), que não há lugar à paridade com a Renamo nas Forças de Defesa e Segurança (FDS). O chefe da delegação governamental no diálogo com o maior partido da oposição, o Ministro da Agricultura, José Pacheco, sublinhou que a reestruturação das Forças de Defesa e Segurança é uma competência do Presidente da República, na sua qualidade de Comandante-Chefe.
Falando a jornalistas no final da 54ª ronda de diálogo político, José Pacheco disse que a Renamo condiciona o desarmamento dos seus homens a um compromisso de paridade nas Forças de Defesa e Segurança, o que na óptica do Governo, é inaceitável, porquanto é prerrogativa do Chefe do Estado estruturá-las e tomar decisões à volta de quem está à frente das suas diferentes unidades.
Governo e Renamo batem-se
José Pacheco assegurou que está fora de questão a discussão sobre paridade nas Forças de Defesa e Segurança. Ainda segundo aquela fonte governamental, para a composição do exército nacional existe um processo normal de recrutamento de cidadãos dentro do qual não se observa o princípio de filiação partidária de quem quer que seja.
Por seu turno, Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo, insistiu que, se o Governo é pela paz, deve aceitar a todo o custo a exigência daquele partido político. Macuaiane afirmou que a Renamo não vai entregar as suas armas se o Governo na aceitar acomodar a sua exigência como pré-condição.
Foi, entretanto, nesta senda que a reportagem da Rádio Vaticano em Maputo ouviu os porta-vozes dos 3 partidos políticos representados no Parlamento, nomeadamente a Frelimo (partido no poder), a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique, ambos da oposição..
“Uma exigência absurda da Renamo”
Para o porta-voz da bancada parlamentar da Frelimo, Edmundo Galiza Matos Júnior, a exigência da Renamo é absurda e segundo afirma, este partido deve depor as suas armas porque num Estado de direito e democrático, não faz sentido um partido representado no Parlamento estar armado.
Já o porta-voz da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique, José de Sousa, a Renamo e o Governo devem ser consensuais no seu diálogo a bem da estabilidade política no País.
A Renamo quer também chefiar as forças
Já no entender de Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, o desarmamento da Renamo passa necessariamente pela integração dos seus homens nas Forças de Defesa e Segurança e no Comando da Polícia, mas também assumindo cargos de chefia.
De referir que estas divergências no diálogo político entre o Governo e a Renamo acontecem numa altura em que se corre contra o relógio, pois está-se na contagem decrescente para a realização das eleições gerais de Outubro próximo.
Hermínio José, Maputo. RealAudioMP3








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