Cidade do Vaticano (RV) - Nesta semana,
chamada de Semana da Oitava Pascal, vivemos a Eucaristia como se celebrássemos o Domingo
de Páscoa, tal é sua importância grandiosa. A Páscoa é a Festa das Festas, é a celebração
máxima dos cristãos. Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição nos deu a vida plena
com o Pai, para toda a eternidade.
Somos levados, por causa de todo o simbolismo
e por causa de nossa tendência a sermos solidários com quem padece, a vivenciarmos,
com facilidade, os mistérios da Paixão do Senhor. Com certeza, mais uma vez, nossos
templos estiveram lotados de pessoas para as celebrações de quinta e, mais ainda,
para a de sexta-feira santa. É a sensibilidade que nos provoca a consciência de
que somos cristãos e de que é preciso parar e rever nossa caminhada.
Contudo,
na Páscoa, celebramos aquilo que somente a fé pode nos falar, em que nossos sentidos
não percebem senão com o auxílio da Graça de Deus. Celebramos a Ressusrreição do Senhor,
a Vida Nova sem os laços da morte a quererem aprisioná-la. O eterno, o que permanece,
é invisível aos olhos já nos disse um sábio. O que vemos é passageiro, fenece, morre,
desaparece. A Páscoa celebra nossa eternidade feliz.
Aquilo que tivermos feito
por vaidade, vai desaparecer com nossa vida, porque pertenceu a este mundo que é caduco,
que envelhece e morre. Mas aquilo que fizemos por amor a Deus e ao próximo, permanece
e nos acompanhará na eternidade, porque foi fruto da ação do Espírito Santo em nossa
vida.
Aproveitemos o Tempo Pascal, especialmente esta semana para resgatarmos
a vontade de querer o Céu já nesta terra. Que nossas ações sejam movidas mais por
um coração semelhante ao de Jesus e menos pelos desejos consumistas de ter, de prazer,
de vaidades, que desaparecerão porque não são eternas, mas frutos do velho Adão que
ainda vive em nós e resiste a desaparecer. Que o Cristo, com seu coração aberto,
acolhedor, nos atraia cada vez mais para a fraternidade, para a partilha de tudo que
temos e somos, para que a Vida recebida no batismo, cresça e nos faça participar,
ainda nesta vida, da alegria eterna que só Deus pode nos dar.