Papa, na audiência geral: contemplar o Crucifixo, beijá-lo e dizer "Obrigado, Jesus!"
Muita gente
na Praça de S. Pedro para a audiência geral desta Semana Santa: “... a meio da
Semana Santa a liturgia apresenta-nos aquele episódio triste do relato da traição
de Judas, que vai ter com os chefes do Sinédrio para mercadejar e entregar-lhes o
seu Mestre. Quanto me dais se eu o Entrego? E Jesus passa a ter um preço. Este ato
dramático marca o início da Paixão de Cristo, um percurso doloroso que Ele escolhe
com absoluta liberdade. Di-Lo claramente Ele próprio: “Eu dou a minha vida...”
Nestes
dias, vemos Jesus percorrer, de livre vontade, o caminho da humilhação e do despojamento
– afirmou o Papa Francisco – o caminho que atinge o ponto mais profundo na morte de
cruz: morre como um derrotado, um falido! Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a
e vence-a.
“A sua paixão não é um incidente; a sua morte – aquela morte –
estava escrita. Trata-se de um mistério desconcertante, mas conhecemos o segredo deste
mistério, desta extraordinária humildade: “Deus efetivamente amou tanto o mundo que
deu o seu Filho Unigénito.”
Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse
existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu
amor – observou o Papa. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças
humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada
que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os, pois pelas
suas chagas fomos curados. Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com
a força da ressurreição.
“A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma
linda fábula ou de um filme, mas a intervenção de Deus Pai, quando já toda a esperança
humana se tinha desmoronado.”
Também nós somos chamados a seguir Jesus por
este caminho de humilhação – continuou o Santo Padre. Quando nos sentimos mergulhados
na mais densa escuridão e não vemos qualquer via de saída para as nossas dificuldades,
então esse é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos
como somos frágeis e pecadores. E nesse momento devemos abrir-nos à esperança tal
como fez Jesus – advertiu o Papa Francisco que concluiu a sua catequese exortando
todos para a contemplação do Mistério da Cruz:
“Esta semana vai-nos fazer
bem pegar no crucifixo e beija-lo tantas vezes e dizer obrigado Jesus, obrigado Senhor.
Assim seja.”
No final da audiência o Santo Padre saudou também os peregrinos
de língua portuguesa:
“De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa,
com menção particular do Colégio Nossa Senhora da Assunção. Tomai como amiga e modelo
de vida a Virgem Maria, que permaneceu ao pé da cruz de Jesus, amando, também Ela,
até ao fim. E quem ama passa da morte à vida. É o amor que faz a Páscoa. A todos vós
e aos vossos entes queridos, desejo uma serena e santa Páscoa.”