Bartolomeu I fala sobre o próximo encontro com o Papa Francisco
Istambul (RV) - "Hoje, talvez mais do que 50 anos atrás, existe a necessidade
urgente de reconciliação e isso faz com que o próximo encontro com o nosso irmão Papa
Francisco, em Jerusalém, seja um evento de grande significado e expectativa."
Essas
palavras foram proferidas pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I,
numa entrevista à Agência Sir em que o patriarca explicou as razões que levarão os
líderes das duas Igrejas a se encontrarem em Jerusalém nos dias 25 e 26 de maio próximo,
para comemorar os 50 anos do encontro nessa cidade entre o Papa Paulo VI e o Patriarca
de Constantinopla, Atenágoras I.
Várias questões pedem hoje uma ação conjunta
e uma única voz da parte das Igrejas, como "o sofrimento das pessoas em todos os cantos
do planeta, o abuso da religião para fins políticos e de outro tipo, as dificuldades
que os cristãos do mundo inteiro enfrentam, sobretudo nas áreas onde a Igreja cristã,
prescindindo da identidade confessional, nasceu e cresceu; as injustiças contra as
pessoas mais vulneráveis da sociedade contemporânea e o alarme crise ecologia que
ameaça a integridade e a sobrevivência da criação de Deus: tudo isso exige uma ação
conjunta e resolução dos problemas que ainda nos dividem. Existe a necessidade urgente
de reconciliação", disse ainda Bartolomeu I na entrevista.
"Estamos convencidos
de que os líderes das Igrejas devem dar passos decisivos para reconciliar a cristandade
dividida e responder às necessidades urgentes de nosso tempo. Certamente o Papa Francisco
é um líder sincero e altruísta, que se preocupa com a divisão da Igreja como também
pelo sofrimento do nosso mundo", disse ainda o patriarca.
Fazendo um balanço
do caminho percorrido nos últimos 50 anos de diálogo, Bartolomeu I admitiu: "Não há
dúvida de que o caminho das duas Igrejas nos últimos 50 anos não tenha sido fácil.
No entanto, o espírito de amor fraterno e respeitoso tomou felizmente o lugar da antiga
polêmica alimentada por suspeitas e julgamentos. Ainda há muito a fazer e o caminho
parece ser longo. Essa estrada, no entanto, deve ser realizada não obstante as dificuldades.
Não há outra alternativa", concluiu o Patriarca Ecumênico de Constantinopla. (MJ)