2014-03-31 15:44:29

Francisco: os cristãos não devem fazer "turismo existencial", mas caminhar rumo a Deus


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) – As várias formas de percorrer o itinerário da vida cristã: na missa dessa segunda-feira, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco identificou três categorias de fiéis inspirado na primeira leitura do Livro de Isaías: os cristãos que confiam nas promessas de Deus e as seguem no decorrer da vida, os fiéis cuja vida de fé fica estagnada e outros que, certos de progredir, fazem somente “turismo existencial”.

No Livro de Isaías, Deus sempre promete alguma coisa, antes de pedir. A sua promessa é a de uma vida nova e de uma vida de “alegria”. Aqui, afirma o Papa, há o “fundamento principal da virtude da esperança: confiar nas promessas de Deus” – sabendo que ele jamais decepciona – e há a essência da vida cristã, ou seja, “caminhar rumo às promessas”. Todavia, reconhece o Pontífice, existem também outros cristãos que têm “a tentação de parar”:

Muitos cristãos parados! Muitos que têm uma esperança débil. Sim, acreditam que haverá o Céu e que tudo acabará bem. É bom que acreditem nisso, mas não o buscam! Cumprem os mandamentos, os preceitos: tudo, tudo… Mas ficam parados. O Senhor não pode fazer deles fermento no seu povo, porque não caminham. E isso é um problema: os que estão parados. Há também os que erram o caminho: todos nós, algumas vezes, erramos o caminho, sabemos disso. O problema não é errar; o problema é não voltar quando alguém percebe que errou.

O modelo de quem acredita e segue aquilo que a fé indica é o funcionário do rei descrito no Evangelho, que pede a Jesus a cura para o filho doente e não hesita nem por um instante em colocar-se em caminho quando o Mestre lhe garante que obteve a cura. O oposto deste homem, afirma o Papa Francisco, é o grupo talvez “mais perigoso”, em que estão aqueles que “se enganam a si mesmos: os que caminham, mas não avançam”:

São os cristãos errantes: perambulam como se a vida fosse um turismo existencial, sem meta, sem levar a sério as promessas. Os que circulam e se enganam, por dizer: ‘Eu caminho!’. Não, você não caminha, você perambula. Os errantes… Ao invés, o Senhor nos pede para não parar, não errar o caminho e não perambular pela vida. Ele nos pede para ir avante com as promessas como aquele homem, que acreditou na palavra de Jesus! A fé nos coloca em caminho rumo às promessas. A fé nas promessas de Deus.

A “nossa condição de pecadores nos faz errar o caminho”, reconhece o Papa Francisco, que porém garante: “O Senhor sempre nos dá a graça de voltar”:

A Quaresma é um bom período para pensar se eu estou em caminho ou se eu estou parado: converter-se. Ou se eu erro o caminho, confessar e retomá-lo. Ou seu eu sou um turista teologal, um desses que perambulam pela vida, mas jamais fazem um passo avante. E peço ao Senhor a graça de retomar o caminho, de nos colocar em caminho, mas rumo às promessas.

(BF)







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