Abrir o coração ao Senhor – o Papa Francisco na missa com os parlamentares italianos
No tempo de
Jesus havia uma classe dirigente que se tinha distanciado do povo, que o tinha abandonado
e que seguia a sua ideologia deslizando até à corrupção – esta a mensagem principal
do Papa Francisco na homilia da missa desta quinta-feira que o Santo Padre celebrou
na Basílica de São Pedro com a presença de 493 parlamentares italianos. A primeira
leitura desta dia é do Livro de Jeremias, que nos mostra o profeta a dar voz ao ‘lamento
de Deus’ acerca de uma geração que – segundo observou o Santo Padre – não acolheu
os mensageiros de Deus. Voltaram-lhes as costas – continuou o Papa – que considerou
ser esta também uma situação presente no Evangelho desta quinta-feira, retirada do
texto de S. Lucas em que, sobretudo, os líderes do povo não acolheram Jesus: “O
coração desta gente. Este grupinho com o tempo tinha-se endurecido de tal forma que
era impossível ouvir a voz do Senhor. E como pecadores deslizaram até à corrupção,
tornaram-se corruptos. É muito difícil que um corrupto consiga voltar para trás. O
pecador sim, porque o Senhor é misericordioso e espera-nos a todos. Mas o corrupto
é fixado nas suas coisas, e estes eram corruptos.” Estas pessoas enganaram-se
no caminho – afirmou o Papa Francisco – recusaram uma lógica de liberdade que lhes
oferecia o Senhor, para uma lógica de necessidade, onde não há lugar para Deus... “Recusaram
o amor do Senhor e esta recusa fez com que eles fossem por um caminho que não era
aquele da dialética da liberdade oferecida pelo Senhor, mas era aquele da lógica da
necessidade, onde não há lugar para o Senhor. Na dialética da liberdade está o Senhor
bom que nos ama, ama-nos tanto! Ao contrário, na lógica da necessidade não há lugar
para Deus: deve-se fazer, deve-se ... Tornaram-se comportamentais... Homens de boas
maneiras, mas de maus hábitos. Jesus chama-lhes sepulcros esbranquiçados...” “Neste
caminho da Quaresma vai-nos fazer bem, a todos nós, pensar neste convite do Senhor
ao amor, a esta dialética da liberdade onde está o amor e perguntarmo-nos, todos:
Mas eu estou neste caminho? (RS)