Cidade do Vaticano
(RV) - Em nossa vida, quando tudo vai de acordo com os nossos desejos, ficamos
alegres, contentes e cordatos. Mas basta acontecer algo que não estava planejado,
ou melhor, faltar algo com que contávamos, para que nossa alegria desapareça e comecemos
a duvidar de tudo, inclusive daquela pessoa que proporcionou e continua nos proporcionando
esses bens. Assim aconteceu com o povo judeu após a libertação do Egito.
Enquanto
caminhavam rumo à terra prometida, a água veio a faltar. A reação foi tamanha que
esqueceram as maravilhas que o Senhor havia operado em favor deles e até chegaram
a desconfiar da fidelidade de Deus. Apesar dessa atitude, o Senhor continuou fazendo
o bem ao povo e providenciou a água.
Podemos neste momento, fazer um exame
de consciência de nossa vida. O Senhor nos deu a vida, nos alimenta, nos deu família,
saúde e uma infinidade de bens, sejam espirituais ou materiais. Qual o nosso comportamento
quando algo nos falta? Continuamos a nos sentir o centro do amor de Deus, ou nos esquecemos
tudo o que Ele nos presenteou e só estamos atentos àquilo que nos falta?
No
Evangelho, a samaritana vai atrás da água para matar sua sede. Jesus, também. É meio-dia!
Lembremo-nos
que alguns meses mais adiante, nessa mesma hora, Jesus dirá que tem sede. Será do
alto da cruz.
A samaritana escutando Jesus, diz desejar da água que ele lhe
oferece, para que todas as suas necessidades sejam saciadas e ela não precise mais
vir ao poço. Jesus continua a conversa e a samaritana, entendendo sua proposta, dá
um salto qualitativo e deseja a água viva, aquela que irá aplacar não seus desejos
limitados, mas a que irá saciar seus desejos de eternidade. Ele fala da nova vida
que nos dará através de sua morte e ressurreição, assumida por nós nas águas batismais.
São
Paulo, em sua carta aos Romanos, nos diz que a saciedade que ansiamos é um dom de
Deus, já usufuruído aqui nesta vida, é o dom do Espírito Santo, o Amor de Deus derramado
em nossos corações. Essa é a água que nos sacia, sem a qual não poderemos viver.