Nove milhões os refugiados da Síria (internos e externos) - adverte ACNUR
É (como ser fosse) um Portugal inteiro de pessoas obrigadas a abandonar as suas casas.
Não na ponta da Europa, mas na Síria, país que 'conquistou' o primeiro lugar do ranking
de deslocados internos e refugiados, de acordo com dados divulgados pelo Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), dirigido por António Guterres.
"É
inconcebível que uma catástrofe humanitária com esta dimensão esteja a desenrolar-se
diante dos nossos olhos sem que haja um progresso significativo para parar" com a
guerra, alerta António Guterres, quando o conflito sírio celebra o terceiro ano do
seu início.
Nove milhões de pessoas obrigadas a abandonar casas, móveis, brinquedos,
aconchego, segurança, memórias. Há 2,5 milhões que estão registados como refugiados
nos países vizinhos (ou aguardam ainda para fazerem o registo formal). Os outros,
6,5 milhões, são o que tecnicamente se designa por 'deslocados internos'. Deambulam
pelo país à procura de um local menos inseguro e onde o acesso à comida seja um pouco
mais fácil.
"Não se devem poupar esforços para encontrar a paz. Nem para
aliviar o sofrimento de pessoas inocentes apanhadas no conflito e forçadas a deixar
suas casas, comunidades , empregos e escolas", acrescenta António Guterres. Segundo
o ACNUR, pelo menos metade dos deslocados são crianças