2014-02-20 18:12:45

Empenho do Papa e da Igreja a favor da paz: entrevista com a subsecretária do Conselho Justiça e Paz


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O Papa lançou há dias um Tweet com a hashtag #prayforpeace# (rezar pela paz), com a seguinte mensagem-apelo: "Rezemos pela paz em África, especialmente na República Centro-Africana e no Sudão do Sul".
A propósito deste apelo o colega italiano Alexandre Gisotti entrevistou a Dra. Flaminia Giovanelli, Subsecretária do Conselho Pontifício "Justiça e Paz":

- O Papa responde a um dever específico: não pode esquecer o que está a acontecer nesses lugares que são, certamente, distantes, mas a Igreja preocupa-se pelo homem, e portanto tem a peito o bem de cada homem e de cada mulher, que têm uma aspiração inata à paz. É também importante o modo como o Papa chama a atenção: com a oração! É assim que um apelo não é estéril. Na verdade, a primeira reacção poderia ser: "Está bem, mas nós o que podemos fazer? Estas coisas acontecem, mas nós que podemos fazer?". O Papa diz para fazermos alguma coisa: diz para rezarmos! Eu diria que só assim o apelo não é estéril, exactamente porque é um apelo à oração, porque a paz é um dom de Deus, mas é confiada aos homens.

- Existe um papel do Papa para a paz do mundo, certamente não apenas do Papa Francisco, na oração, como também na diplomacia e noutras intervenções. Pensemos, por exemplo, no discurso do Papa Francisco ao Corpo Diplomático ....
R. - Certamente! Esta foi uma chamada de atenção muito forte! Dirigindo-se à Comunidade internacional o Papa aponta caminhos a seguir: de facto ele apela ao envolvimento da Comunidade internacional, que haja negociações ... Eu diria que, dependendo das circunstâncias, o Papa procede justamente e de forma adequada. Sobretudo no discurso ao Corpo Diplomático deste ano, o Papa dedicou muita atenção precisamente ao conflito na República Centro-Africana.

- Existem as guerras esquecidas, mas existe também a acção diária, escondida de tantas pessoas, especialmente missionários, religiosos e religiosas e também leigos ...
- O Conselho Pontifício Justiça e Paz, há dois anos atrás, organizou uma reunião do Catholic Peacebuilding Network (Rede Católica para a Construção da Paz), uma rede de ligação entre os vários religiosos, mas também organizações católicas, que se dedicam - precisamente - à construção da paz. Nessa ocasião sublinhou-se também o papel das mulheres, que são, infelizmente, as primeiras vítimas - juntamente com as crianças e os idosos - dos conflitos, mas que são também portadoras de capacidades para construir a paz. Podemos colocar um rosto por detrás de uma situação e já é diferente, e também se pode rezar pelas pessoas deste modo. Digamos que que esta mesma presença em momentos de conflitos e de guerra, tem um enorme significado.
Pensemos também no facto que as Nunciaturas Apostólicas não fecham: os outros embaixadores foram-se embora de Damasco e o núncio Dom Zenari ainda está lá; ou então pensemos no Cardeal Filoni, quando era núncio apostólico em Bagdad , e era o único que tinha ficado ... E a presença da Igreja não é apenas para o momento de conflito, mas também para a construção da paz.
Falando do Sudão do Sul vem-me à mente, por exemplo, a extraordinária história daquele sacerdote médico, salesiano, coreano, Padre John Lee : o que não fez ele - depois morreu muito jovem – Padre Lee, para construir a paz, porque a paz, bem o sabemos, não é apenas a ausência de guerra, mas é dar a possibilidade a cada ser humano de se tornar naquilo que é. Há toda essa ajuda , que se encontra também na construção da paz, que se faz por meio da educação, a formação e o desenvolvimento .








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