Cidade do Vaticano
(RV) - A primeira leitura, a mesma da noite de Natal, nos fala do domínio dos
assírios sobre Israel. Na verdade, duas tribos que viviam ao norte do país, na Galiléia,
e eram esquecidas, oprimidas, vilipendiadas em seus direitos. Viviam, de fato, em
total escuridão. É a esses povos que o Senhor socorre com sua luz. Ele destrói a escuridão,
quebra o jugo opressor e alegra seu povo com a libertação de todo e qualquer sofrimento.
Na liturgia da noite de Natal, a leitura ia mais adiante, e falava do nascimento de
um menino, do qual a luz era a sua representação.
No Evangelho, Jesus vai morar
nessa região do norte. Mateus cita a profecia que ouvimos na primeira leitura. A promessa
é cumprida 700 anos depois, por Jesus Cristo, a Luz do mundo.
Há muito os assírios
haviam deixado Israel, mas não a situação de morte, de pecado, através das más ações
dos homens. Por isso Jesus prega: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!”
Ele
vai anunciar a necessidade da mudança de coração, onde as pessoas se encontram, ali
no trabalho, no seu dia a dia. É Deus companheiro, o Deus visitador, aquele que solicita
nossa companhia, nosso trabalho, nossa amizade. Ele nos quer como colaboradores em
sua missão de Luz que destrói as trevas. Recordo a cerimônia batismal quando o sacerdote
acende uma vela no círio pascal, o sinal expressivo do Cristo Ressuscitado, e a entrega
ao batizando, dizendo para ele ser luz. Temos todos a missão cristã de iluminar com
nossa fé, esperança e serviço a parcela do mundo em que vivemos, fazendo o bem a todos.
Aí sinalizaremos que chegou o Reino de Deus, Reino de Justiça, do Amor e da Paz.
A
vocação, o chamado que Jesus dirige a Pedro e a André, a Tiago e a João, dirige também
hoje, agora a cada um de nós, onde estivermos, fazendo o que quer que seja. Ele nos
diz: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens,” colaborando na sua missão: libertar
a Humanidade do mal que impede o Reino de Deus de se aproximar e dos seres humanos
de irem até Deus.
Vivamos nossa vocação de luz. Sejamos construtores da paz,
de uma sociedade alicerçada no amor e no perdão.