Sejamos pequenos para dialogar com a grandeza do Senhor – o Papa na Missa em Santa
Marta
Na Missa
desta terça-feira na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco, partindo da leitura
do Livro de Samuel que nos relata a unção de David por Samuel, sublinhou que o Senhor
escolhe sempre os pequenos desenvolvendo com o Seu povo uma relação pessoal:
“Nunca
o Senhor fala à gente assim à massa, nunca. Fala sempre pessoalmente, com os nomes.
E escolhe pessoalmente. O relato da criação faz-nos ver isto: é o próprio Senhor que
com as suas mãos artesanalmente faz o homem e lhe dá um nome: ‘Tu chamas-te Adão’.
E assim começa aquela relação entre Deus e a pessoa. E há uma outra coisa, há uma
relação entre Deus e nós pequenos: Deus, o grande, e nós pequenos. Deus, quando deve
escolher as pessoas, também o seu povo, sempre escolhe os pequenos.”
“Todos
nós com o Batismo fomos eleitos. Todos somos eleitos. Escolheu-nos um por um. Deu-nos
um nome e olha para nós. Há um diálogo, porque assim ama o Senhor. Também David depois
se tornou rei e errou. Talvez tenha feito tantos, mas a Bíblia conta-nos dois erros
fortes, dois erros daqueles pesados. O que é que fez David? Humilhou-se. Tornou à
sua pequenez e disse: ‘Sou pecador’. E pediu perdão e fez tanta penitência.”
David
pediu ao Senhor que o punisse a ele e não ao seu povo. Segundo o Papa Francisco, David
guardou a sua pequenez com o pensamento, com o arrependimento, com a oração, com o
choro. E pensando neste diálogo entre o Senhor e a nossa pequenez o Santo Padre perguntou-se
onde está a fidelidade cristã:
“A fidelidade cristã, a nossa fidelidade,
é simplesmente conservar a nossa pequenez, para que possa dialogar com o Senhor. Guardar
a nossa pequenez. Por isto a humildade, a mansidão são tão importantes na vida do
cristão, porque é a conservação da pequenez, a qual é do agrado do Senhor. E será
sempre o diálogo entre a nossa pequenez e a grandeza do Senhor. Que o Senhor nos dê,
por intercessão de S. David – também por intercessão de Nossa Senhora que cantava
alegremente a Deus, porque tinha guardado a sua humildade – nos dê o Senhor a graça
de guardar a nossa pequenez perante Ele.” (RS)