2013-12-06 15:30:35

O teólogo é "pioneiro" do diálogo entre a Igreja e as culturas - Papa à Comissão Teológica Internacional


O Papa recebeu ao fim da manhã desta sexta-feira, em audiência, juntamente com o Presidente, D. Muller, os Membros da Comissão Teológica Internacional, que acabavam de terminar a sua Sessão Plenária.

No discurso que lhes dirigiu, o Papa pôs em realce a importância do serviço eclesial dos teólogos para a vida e missão do Povo de Deus. Citando o recente documento dessa mesma Comissão “A Teologia hoje: perspectivas, princípios, critérios” Francisco disse que a teologia é ciência e sapiência e que, como ciência “utiliza todos os recursos da razão iluminada pela fé a fim de penetrar na inteligência do mistério de Deus revelado em Jesus Cristo”.

No aspecto da sapiência, tal como Nossa Senhora que “meditava tudo no seu coração, também o teólogo – prosseguiu o Papa - procura trazer ao de cima a unidade do projecto do amor de Deus e se empenha em mostrar como as verdades da fé formam uma unidade harmonicamente articulada

Além disso, o teólogo tem também a tarefa de “ouvir atentamente, discernir e interpretar as diversas linguagens do nosso tempo, e saber avaliá-los à luz da Palavra de Deus, a fim de que a verdade revelada seja compreendida”.

Os teólogos são portanto – prosseguiu o Papa – os “pioneiros” do dialogo entre a Igreja e as culturas. Um diálogo que deve ser ao mesmo tempo crítico e benévolo, e favorecer o acolhimento da Palavra de Deus por parte dos homens de todas as nações raças, povos e línguas”

Temas como as relações entre o monoteísmo e a violência, actualmente no centro da atenção dos teólogos - disse o Papa – vão nesta linha, isto é, a revelação de Deus é realmente um Boa Nova para todos, não uma ameaça.

A fé no Deus único não pode gerar violência e intolerância. A Revelação de Deus em Jesus Cristo torna impossível qualquer recurso à violência em seu nome - frisou o Papa Francisco, recordando que a Doutrina Social da Igreja baseia-se precisamente na Palavra de Deus, acolhida, celebrada e vivida na Igreja. E a Igreja deve dar testemunho disso, vivendo-a antes de mais no seu seio, e construindo um modelo de vida atractivo para todas as comunidades humanas.

A Igreja pelo dom do Espírito Santo possui o sentido da fé e é tarefa dos teólogos - disse o Papa – “elaborar os critérios que permitem discernir as expressões autenticas do sentido da fé. Por seu lado o Magistério tem o dever estar atento ao que o Espírito diz à Igreja através das manifestações autenticas do sentido da fé".

O Papa concluiu dizendo aos teólogos que a sua missão é ao mesmo tempo “fascinante e arriscada”, na medida em que, se por um lado e ensino da Teologia pode tornar-se num caminho de santidade, por outro comporta a tentação da aridez do coração, o orgulho e mesmo a ambição, relegando para segundo plano a oração, a devoção, a humildade.








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