"A única lâmpada acesa no sepulcro de Jesus é a esperança da mãe", disse o Papa Francisco
na visita ao Mosteiro Camaldulense
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco dirigiu-se na tarde desta quinta-feira
(21), ao Mosteiro de Santo Antônio Abade, das Monjas Beneditinas Camaldulenses, localizado
no Aventino, uma das sete colinas de Roma. A visita insere-se na conclusão do Ano
da Fé e foi realizada no ‘Dia pela vida contemplativa’, instituído em 1953 pelo Papa
Pio XII como Jornada Pro orantibus.
O Santo Padre foi acolhido pela
Abadessa Irmã Michela Porcellato, dirigindo-se imediatamente à igreja onde estavam
reunidas 21 Monjas da Comunidade. O Pontífice presidiu a Celebração das Vésperas segundo
a regra camaldulense, seguida de um momento de Adoração. Após, falou aos presentes.
Partido
do Evangelho lido na oração das Vésperas, Francisco centrou sua reflexão em Maria,
mulher da esperança. A palavra ‘faça-se’ - usada por Maria na expressão ‘Faça-se em
mim segundo a tua Palavra’ – “não é somente uma aceitação, mas também uma abertura
confiante ao futuro. Este ‘faça-se’ – disse o Papa - é esperança”.
Após recordar
que “Maria é a mãe da esperança, o ícone mais expressivo da esperança cristã”, o Papa
Francisco percorreu brevemente alguns momentos marcantes da sua vida, observando que
“diante de todas estas dificuldades e surpresas do projeto de Deus, a esperança da
Virgem não vacilou nunca! Mulher de esperança! Isto nos diz que a esperança nutre-se
da escuta, da contemplação, da paciência, para que os tempos de Deus amadureçam”.
Ao
recordar o momento em que Maria estava aos pés da Cruz, o Santo Padre observou que
ela “é a mulher da dor e ao mesmo tempo da vigilante espera de um mistério, maior
que a dor, que está para se cumprir. Tudo parece ter acabado, se poderia dizer que
toda esperança apagou-se”, e acrescentou: “Também ela, naquele momento, poderia ter
exclamado, recordando as promessas da Anunciação: ‘Isto não é verdade! Fui enganada!”.
“Mas
ela é bem-aventurada porque acreditou e desta fé vê nascer um futuro novo e aguarda
com esperança o amanhã de Deus”. E então dirigiu-se ao presentes perguntando:
“Nós
sabemos esperar o amanhã de Deus ou queremos o hoje, o hoje, o hoje? O amanhã de Deus
é para Ele o amanhecer daquele dia, do primeiro da semana. Nos fará bem pensar, na
contemplação, ao abraço do filho com a mãe. A única lâmpada acesa no sepulcro de Jesus
é a esperança da mãe, que naquele momento é a esperança de toda a humanidade. Me pergunto
e também a vocês: nos Mosteiros esta lâmpada ainda está acesa? Nos mosteiros se espera
o amanhã de Deus?”.
O Papa Francisco conclui sua reflexão dizendo que “devemos
muito a esta Mãe! Nela, presente em cada momento na história da salvação, vemos uma
testemunha sólida de esperança. Que ela, mãe da esperança, nos sustente nos momentos
de escuridão, de dificuldade, de desconforto, de aparente derrota, nas verdadeiras
derrotas humanas”.
Ao final da Celebração das Vésperas, o Papa encontrou a
Comunidade das Monjas na Sala Capitular, retornando a seguir para o Vaticano. (JE)