Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira,
21, uma delegação da Federação Mundial Luterana e os membros da Comissão Luterano-Católica
para a Unidade. Dentro de poucos dias, em 31 de outubro, decorre o 14º aniversário
da ratificação, em Augusburg, da Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação.
A Declaração foi assinada em 1999 pelo então Presidente do Pontifício Conselho
para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper.
“Em 2004, cinco anos depois
da Declaração, apertamos as mãos e mesmo não tendo alcançado a meta final, não nos
afastaremos mais uns dos outros”, disse o cardeal.
Em junho passado, veio
à luz o documento “Do Conflito à Comunhão”, que ilustra o último trabalho conjunto,
realizado em Genebra. “Está surgindo a consciência de que a luta do século XVI entre
luteranos e católicos já acabou e que as razões para a condenação recíproca caíram
no esquecimento. É preciso reler a história de outro modo”, afirma o documento.
Para
o atual Presidente do PC para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, “a divisão
da Igreja não deve ser comemorada, mas hoje se pode ver o que foi feito de positivo
e continuar a procurar os caminhos para um futuro de comunhão”.
A Igreja Católica
é a Igreja cristã com o maior número de fiéis (cerca 1,2 bilhões, quase a metade de
todos os cristãos), enquanto a Federação Luterana conta 75 milhões de fiéis.
A
próxima Assembleia geral do Conselho Mundial de Igrejas será em Busan, na Coreia do
Sul, de 30 de outubro a 8 de novembro. Para o evento, no último dia 9 de outubro partiu
de Berlim o “Trem pela Paz e a Reconciliação da Coreia”, iniciativa que quer levar
à atenção mundial a questão da divisão do país asiático. O comboio deve chegar a Busan
para o início dos trabalhos da Assembleia. (CM)