Papa na homilia da manhã: "Missa não é evento social, mas memória da salvação"
Cidade do Vaticano (RV) - “Quando Deus vem e se aproxima, é sempre festa”,
disse o Papa na homilia proferida na manhã desta quinta, 3, na Casa Santa Marta, concelebrando
a missa com os cardeais membros do Conselho que está reunido desde dia 1º no Vaticano. O
Papa ressaltou que não se pode transformar a memória da salvação numa lembrança, num
“evento costumeiro". "A missa não é um “evento social” e sim a presença do Senhor
em meio de nós". Francisco se inspirou na primeira leitura, do Livro de Nemias,
centrando sua homilia no tema da memória “que toca o coração”: “Isto não é importante
só nos grandes momentos históricos, mas na nossa vida; todos temos memória da salvação.
Mas ela está próxima de nós? Ou é uma memória distante, arcaica, uma memória de museu...?
Quando a memória não é próxima, se torna uma simples recordação”. “E esta
alegria é a nossa força. A alegria da memória próxima. Ao invés, a memória domesticada,
que se afasta e se torna uma simples recordação, não aquece o coração, não nos dá
alegria e não nos dá força. Este encontro com a memória é um evento de salvação, é
um encontro com o amor de Deus que fez história conosco e nos salvou; é um encontro
de salvação. E é tão bom ser salvos que é preciso festejar”.
“Quando Deus
vem e se aproxima – afirmou, há sempre festa. E muitas vezes nós cristãos temos medo
de festejar: esta festa simples e fraterna que é um dom da proximidade do Senhor.
A vida, acrescentou o Papa, nos leva a afastar esta proximidade, e a manter somente
a lembrança da salvação, não a memória que está viva”. A Igreja tem a “sua” memória,
que é a Paixão de Senhor. Também conosco acontece de afastar esta memória e transformá-la
numa lembrança, num evento habitual”:
“Toda semana vamos à igreja, ou quando
alguém morre vamos ao funeral... e essa memória, muitas vezes, nos aborrece porque
não é próxima. É triste, mas a missa muitas vezes se transforma num evento social
e não estamos próximos da memória da Igreja, que é a presença do Senhor diante de
nós.”
“Peçamos ao Senhor – concluiu o Papa – a graça de ter sempre a sua
memória próxima a nós, não domesticada pelo hábito, por tantas coisas, e distanciada
numa simples recordação.