Brasília (RV) - O Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB, Dom Eduardo Pinheiro da Silva, enviou carta aos padres e responsáveis pela
evangelização da juventude no Brasil. No texto, o bispo deseja que o Dia Nacional
da Juventude (DNJ), a ser celebrado no final deste mês missionário, atinja o maior
número possível de adolescentes e jovens.
Confira o texto na íntegra:
Caros
párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil. “Educá-los
na missão, a sair, a pôr-se em marcha, a estar sempre nas ruas pela fé. Assim fez
Jesus com seus discípulos: não os manteve apegados a Ele como a galinha aos pintinhos;
os enviou. [...] Empurremos os jovens para que saiam.” (Francisco, 27/07/2013)
Chegou,
mais uma vez, o “Mês Missionário”. Já é tradição dedicarmos este mês à reflexão sobre
esta dimensão que faz parte de nossa vida cristã. Nenhum cristão pode abrir mão de
ser missionário, uma vez que esta realidade é intrínseca ao Batismo. Podemos atuar
missionariamente de maneiras diferentes, mas todos acolhem o mesmo mandato de Jesus
Cristo: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19).
Há tempo
estou percebendo – e me alegrando! – que os conceitos “missão” e “missionário” vêm
sendo acolhidos normalmente pelas novas gerações. “Ser missionário” ou “fazer missão”
ou algo deste gênero, já não remete mais à ideia exclusiva dos louváveis missionários
e missionárias, quase sempre sacerdotes e consagrados, que se deslocavam de terras
estrangeiras para conviver e servir à evangelização em nosso país, principalmente
nos lugares mais desafiadores. Hoje, com muita naturalidade, os jovens estão se apropriando
destes termos e buscando formas novas de fazerem valer esta sua vocação batismal.
Isto é maravilhoso! Saibamos valorizar esta realidade para que eles possam, ali onde
vivem, testemunhar mais fortemente ao mundo a gratuidade do serviço em prol dos mais
desfavorecidos, sofredores e esquecidos de nossa realidade.
Na JMJ Rio 2013
nossos jovens foram, de maneira intensa e celebrativa, provocados a entenderem e vivenciarem
este chamado. Certamente voltaram para suas casas, comunidades, grupos, paróquias,
escolas, animados em fazer valer o que o Papa Francisco soube tão bem motivar. E agora
nos vem uma dúvida: o que eles estão encontrando em nossos ambientes? Não basta Jesus
Cristo enviar estes seus jovens discípulos, nem o Papa motivá-los à missão se eles
não forem colocados em situação de desenvolvimento deste mandato. Há muita energia
de amor e serviço concentrada no coração e nos sonhos dos jovens, aguardando ocasiões
propícias para sua propagação. A fala do Papa na Catedral do Rio foi muito direta
aos adultos, evangelizadores e educadores da juventude: cabe a nós a responsabilidade
de educar os jovens para a missão, empurrando-os às ruas para que sejam protagonistas
de uma nova história, a partir da fé em Jesus Cristo e de sua vivência eclesial.
Como
obedecer ao Sucessor de Pedro, concretizando isto que ele nos pede? Estamos no fim
do “Ano da Juventude” e do “Ano da Fé”. Esta bonita coincidência é, para nós brasileiros,
provocação de Deus a um trabalho mais consistente e criativo para que os jovens, convictos
e formados à luz da fé, se tornem profetas proativos na realidade sociocultural em
que se encontram. Assim, não percamos o precioso momento das nossas Assembleias e
Reuniões de avaliação e planejamento que acontecem normalmente agora, por exemplo,
em nossas Paróquias, Dioceses, Regionais, Pastorais, Congregações Religiosas, Movimentos
para operacionalizarmos algumas das propostas contempladas no Texto-base da Campanha
da Fraternidade 2013 e, principalmente, nas 8 Linhas de Ação do Documento 85, “Evangelização
da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais”. Ali encontramos uma riqueza imensa
de reflexões e sugestões que, acrescida a este contexto juvenil pelo qual estamos
passando, proporcionarão novos tempos aos nossos jovens, às nossas comunidades, à
sociedade.
As celebrações litúrgicas deste mês, embelezadas pela comemoração
de grandes apóstolos, evangelistas, santos e santas se tornam, também, ocasião propícia
para apresentar aos jovens, de maneira criativa, estes testemunhos missionários.
Santa Terezinha do Menino Jesus – Padroeira das Missões – aumente em nós a consciência
missionária de nossa vida cristã! São Francisco de Assis – Protetor dos Desamparados
– nos ajude a crescer na sensibilidade e nos gestos concretos de amor junto aos mais
abandonados de nossos ambientes!
Nossa Senhora Aparecida – Mãe amada do Brasil
– interceda pela nossa conversão pastoral a favor da cultura da acolhida às juventudes
que estão ao nosso redor! Que o DNJ (Dia Nacional da Juventude) a ser celebrado no
final deste mês missionário atinja o maior número possível de adolescentes e jovens
que estão sob sua responsabilidade, para que neles sejam fortalecidos os nobres sonhos
de Deus de vida plena para todo seu povo. Com estima e orações,
Dom Eduardo
Pinheiro da Silva, sdb Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB