Youhanna X encontra Papa Francisco: "Inaceitável um Oriente Médio sem a Face de Cristo"
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu esta manhã, no Vaticano,
o Patriarca Greco-ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente, Youhanna X Yazigi. Um
encontro fraterno, dedicado em particular, à difícil situação na Síria e no Oriente
Médio, como explicou o próprio Patriarca à Rádio Vaticano:
R: “Antes de
tudo gostaria de expressar todo o meu profundo, caloroso amor ao nosso amado irmão
em Cristo Papa Francisco. Trago no meu coração todos os sofrimentos da nossa gente
na Síria, no Líbano, no Oriente Médio. Nós apreciamos muito aquilo que fez Sua Santidade
pela nossa gente, pela nossa Igreja no Oriente Médio, na Síria, no Líbano, especialmente
o seu empenho em buscar uma solução para restabelecer a paz através do diálogo e não
da guerra”.
RV: Que impacto teve a iniciativa da oração e do jejum pela
Síria de Papa Francisco? Que impacto teve nas pessoas na Síria?
R: “Foi
muito importante. De fato, todo o nosso povo rezou junto naquele dia pela Síria, pelo
Oriente Médio, pela paz em todo o mundo. Foi uma mensagem muito importante para todo
o mundo e penso que também para todos os governos, não somente para as pessoas, mas
também para os países e os governos, para encontrar uma solução de paz”.
RV:
O senhor foi pessoalmente atingido por este conflito: seu irmão foi sequestrado há
cinco meses em Aleppo, junto com alguns Metropolitas Ortodoxos sírios. O que poderia
nos dizer a este respeito?
R: “Sim, sim, infelizmente. Esperamos e rezamos,
buscando, em todos os níveis, com o governo e com diversas pessoas, encontrar uma
solução para este acontecimento. Esperamos. Até agora não tivemos nenhuma notícia
oficial ou segura sobre nossos dois irmãos, os dois Metropolitas”.
RV:
O senhor acredita que ainda estejam vivos?
R: “Nós esperamos. Esperamos
que sim!”
RV: O senhor pode falar sobre isto com o Santo Padre?
R:
“Sim, sim, absolutamente. Falamos sobre muitos assuntos. Antes de tudo expressei
todo o meu amor, o meu amor fraterno à Sua Santidade, pessoalmente, e todo o amor
da nossa Igreja de Antioquia, da Igreja Ortodoxa, à Igreja Católica. Como você sabe,
sempre, na história, tivemos boas relações e cooperamos com a Igreja Católica, com
a Cidade do Vaticano. Em relação à unidade, a nossa unidade dos cristãos, como você
sabe, no diálogo entre os Ortodoxos e a Igreja Católica, tentamos fazer – e queremos
fazer – aquilo que se pode, sempre juntos. Este é o desejo de Sua Santidade e também
o nosso desejo. Falamos também sobre a presença dos cristãos no Oriente Médio: é uma
questão muito importante no momento, porque muitas pessoas nossas deixaram a Síria,
o Líbano e outros países. Não podemos aceitar um Oriente Médio sem a face de Cristo”.
(JE)