Dom Zymowski: "Que a lógica do lucro nunca coloque em risco a vida"
Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se em Roma nesta quarta-feira (25), o Simpósio
“Somos Raros...mas tantos. Doenças raras: fundamentos científicos e aspectos legislativos”,
organizado pela “Associação Cultural Giuseppe Dossetti: os valores – desenvolvimento
e Tutela dos Direitos”. Convidado pela Presidente da Associação, professora Ombretta
Fumagalli Carulli, o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes
de Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, fez um pronunciamento no encontro que é realizado
anualmente.
Dom Zimowski observou que “é necessário que todos colaborem para
construir uma sociedade mais justa, que como sublinhou Papa Francisco em 27 de julho
no Rio de janeiro, é conquistado através do esforço realizado por todos em favor do
bem comum”, e isto é necessário “também no âmbito dos cuidados da saúde e das atividades
pastorais para – e sobretudo com – os doentes, para que ninguém se sinta excluído
do cuidado devido às pessoas e à sua saúde, no respeito da mesma dignidade de cada
um”.
O Arcebispo citou então o discurso de João Paulo II dirigido aos participantes
da XIV Conferência Internacional organizada pelo mesmo Dicastério em 1999, onde o
Pontífice advertia não ser tolerável que os recursos econômicos limitados repercutam
“nas faixas mais fracas da população e nas áreas do mundo mais pobres, privando-as
dos necessários cuidados sanitários
A seguir, Dom Zimowski explicou que “as
doenças raras são patologias que são assim definidas porque o número de pacientes
identificados é inferior em determinados dados estatísticos, mas provocam particular
sofrimento a quem é afetado por elas, devido às dificuldades de diagnose e de terapias
que estas apresentam ainda hoje, também nos países economicamente, cientificamente
e tecnologicamente mais avançados”.
O Presidente do Pontifício Conselho da
Pastoral para os Agentes de Saúde acrescentou que “uma vez identificada a doença e
estabelecida a terapia, muito freqüentemente, não existem ou não estão disponíveis
os remédios necessários à cura, pela baixa requisição destes remédios”.
Dentro
desta perspectiva, Dom Zimowski recordou as palavras de João Paulo II, que lançou
um apelo especial “aos governantes e aos organismos internacionais, para que, ao enfrentarem
a relação entre economia e saúde, deixem-se guiar unicamente pela busca do bem comum.
Às indústria farmacêuticas, peço que não prevaleça nunca o lucro em relação aos valore
humanos”.
Por fim, recordou que a “Santa Sé, há muitos anos está em primeira
linha em pedir que as lógicas do lucro não coloquem nunca em perigo a vida, a saúde
integral da pessoa, nem o respeito à dignidade das pessoas e das populações” e pediu
às autoridades e expoentes dos governos para que empenhem-se sempre mais em garantir
um acesso igualitário aos cuidados sanitários a nível internacional e nacional, incluindo
as doenças raras, “um esforço ao qual devem participar todas as pessoas de boa vontade,
os agentes de saúde e as indústrias farmacêuticas”.
O Presidente do Pontifício
Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, recordou que o dicastério promove de
21 a 23 de novembro próximo, no Vaticano, a Conferência Internacional dedicada ao
tema “A Igreja a serviço das pessoas idosas doentes: os cuidados com as pessoas afetadas
por patologias neurodegenerativas”, convidando os presentes a participar do encontro.(JE)