Aos comunicadores católicos, Francisco pede que transmitam calor e levem ao encontro
com Cristo
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado os
participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais (PCCS),
que se encerra hoje no Vaticano, sobre o tema “A rede e a Igreja”.
Em seu discurso,
o Papa falou da importância da comunicação para a Igreja, recordando de modo especial
os 50 anos da aprovação do Decreto Conciliar Inter mirifica. Nas últimas décadas,
analisou, os meios de comunicação evoluíram muito, mas a solicitude permanece, assumindo
novas sensibilidades e formas.
Pouco a pouco o panorama da comunicação
foi-se tornando, para muitos, um «ambiente de vida», uma rede onde as pessoas comunicam,
alargam as fronteiras dos seus conhecimento e das suas relações. Sublinho sobretudo
estes aspectos positivos, apesar de todos estarmos cientes dos limites e fatores nocivos
que também existem.
Neste contexto, independentemente das tecnologias,
a comunicação na Igreja deve ter como objetivo inserir-se no diálogo com os homens
e as mulheres de hoje, para compreender as suas expectativas, dúvidas, esperanças.
São homens e mulheres por vezes um pouco desiludidos por um Cristianismo que
lhes parece estéril, com dificuldade precisamente em comunicar de forma incisiva o
sentido profundo que a fé dá. Com efeito, analisou o Pontífice, assistimos hoje, na
era da globalização, a um aumento da desorientação, da solidão, a dificuldade em tecer
laços profundos. Assim, é importante saber dialogar, entrando, com discernimento,
também nos ambientes criados pelas novas tecnologias, nas redes sociais, para fazer
emergir uma presença que escuta, dialoga, encoraja.
“Não tenhais medo de ser
esta presença, afirmando a vossa identidade cristã ao fazer-vos cidadãos deste ambiente.
Uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos!”, encorajou o Pontífice
Esta
presença é necessária para levar ao encontro com Cristo. A Igreja é capaz disto?,
questionou o Papa. “Também aqui no contexto da comunicação, é preciso uma Igreja que
consiga levar calor, inflamar o coração. Temos um precioso tesouro para transmitir,
um tesouro que gera luz e esperança. E há tanta necessidade disso!”, afirmou, alertando
para uma cuidadosa e qualificada formação de sacerdotes, religiosos, religiosas e
leigos.
Queridos amigos, é importante a atenção e a presença da Igreja no
mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro de Cristo,
na certeza, porém, de que somos meios e que o problema fundamental não é a aquisição
de tecnologias sofisticadas, embora necessárias para uma presença atual e válida.
Esteja sempre bem claro em nós que o Deus em quem acreditamos, um Deus apaixonado
pelo homem, quer manifestar-Se através dos nossos meios, ainda que pobres, porque
é Ele que opera, é Ele que transforma, é Ele que salva a vida do homem. (BF)