Reitor da Lateranense sobre os seis meses de Francisco: "mudança no diálogo, mas não
na doutrina"
Cidade do Vaticano (RV) - "Estes seis meses foram um grande exorcismo para
o Vaticano e o Papa Francisco é um grande exorcista no que tange à Igreja”. É uma
imagem a que recorre o Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, Dom Enrico dal
Covolo, fazendo um balanço dos primeiros seis meses de Pontificado do Papa Francisco
no dia seguinte à publicação da entrevista do Santo Padre à ‘La Civiltá Cattolica’.
“O
Papa liberou misericordiosamente a Igreja de seus fechamentos, dos seus medos, dos
seus lugares comuns, daquelas coisas repetitivas que pareciam intocáveis e imutáveis
– explicou Dom Covolo. Em tal sentido, Francisco exercitou um poderoso exorcismo -
do qual não penso que se voltará mais atrás -, caracterizado pela misericórdia, pela
forte recuperação do perdão, sentimento que tem uma riquíssima categoria teológica”.
Em
relação a temas polêmicos, o Reitor do Ateneu do Papa afirmou que “é feita uma distinção
entre abertura e mudança doutrinal: são duas coisas muito diferentes! A abertura existe
através do sentimento da misericórdia e do perdão para com as feridas abertas na sociedade.
De fato, porém, não existe nada de novo do ponto de vista doutrinal. Novo é o estilo,
a forma como diz as coisas. A abertura, que sem dúvida alguma se revela, é no plano
do diálogo, em relação aos outros, tanto do fiel como do não-crente”. (JE)