Substituir a cultura da confrontação com a cultura do encontro: Papa Francisco recebendo
o Metropolita Catholicos da Igreja Ortodoxa Siro-malakaresa
Também no caminho
ecuménico há que superar preconceitos e visões restritivas que fazem parte da cultura
da confrontação, fonte de divisão, para dar espaço – isso sim – à cultura do encontro,
que leve à compreensão recíproca, em direcção à unidade. Reflexão do Papa Francisco,
recebendo nesta quinta de manhã, no Vaticano, Sua Santidade Moran Baselios Marthoma
Paulose II, Catholicos da Igreja Ortodoxa siro-malankarese, com o respectivo séquito. O
Papa recordou os importantes passos dados nos últimos trinta anos no diálogo entre
esta Igreja Oriental e a Igreja Católica, desde 1983, quando João Paulo II recebeu
em Roma o respectivo Catholicos, tendo então reconhecido ambos a fé comum. Caminho
impulsionado depois, em 1986, num segundo encontro que teve lugar na Índia, aquando
de uma viagem pastoral do Papa Wojtyla, tendo nessa altura sido afirmado o desejo
de “prosseguir conjuntamente no amor fraterno e no diálogo teológico”, em vista da
“reconciliação entre os cristãos e a reconciliação no mundo”. Importante o Acordo
a que se chegou em 1990, fruto de uma Comissão mista entre as duas Igrejas, dando-se
passos significativos, por exemplo no que diz respeito ao uso comum de edifícios de
culto e de cemitérios. “Quis recordar algumas etapas destes trinta anos de progressiva
reaproximação entre nós, porque penso que no caminho ecuménica é importante olhar
com confiança para os passos dados, superando preconceitos e vistas estreitas, que
fazem parte da cultura da confrontação, que nos educa à compreensão recíproca
e a actuar a favor da unidade”. O Papa Francisco referiu “as nossas debilidades
e pobrezas” que podem ralentar o caminho… pelo que “é importante intensificar a oração,
porque só Espírito Santo, com a sua graça, com a sua luz, com o seu calor pode derreter
as nossas friezas”. Hão-de ser a oração e o empenho a “incrementar as relações de
amizade e colaboração aos diversos níveis, no clero e entre os fiéis das diversas
Igrejas” – considerou o Papa Francisco. “Que o Espírito Santo continue a iluminar-nos
e a guiar-nos em direcção à reconciliação e à harmonia, superando todas as causas
de divisão e rivalidade que marcaram o nosso passado”
O Santo Padre recebeu
também, nesta quinta-feira de manhã, em audiências sucessivas, o arcebispo de Montevideu,
no Uruguay, D. Nicolás Fanizzi, e Kiko Arguello, Iniciador do Caminho Neocatecumenal.