Dia de Oração pela Síria: qual o significado do jejum?
Cidade do Vaticano (RV) – Para o Dia de Oração e Jejum contra a guerra na Síria,
7 de setembro, o Papa Francisco pediu também a participação de líderes de outras religiões.
A iniciativa tem um precedente semelhante: em 2001, em seguida ao ataque às Torres
Gêmeas, João Paulo II convidou os líderes religiosos de todo o mundo a irem juntos
a Assis em 2002. E em preparação para o evento, a Santa Sé difundiu uma nota recordando
que “o jejum ocupa um lugar importante em todas as grandes experiências religiosas”.
“A prática do jejum – diz o texto divulgado pelo Escritório das Celebrações
Litúrgicas, naquela ocasião – facilita a abertura das pessoas a outro alimento: a
Palavra de Deus e o cumprimento da vontade do Pai; está estreitamente relacionada
à oração, fortalece as virtudes, suscita a misericórdia, implora o socorro divino,
conduz à conversão do coração”.
“Sem a ajuda do Senhor é impossível encontrar
uma solução para a dramática situação em que o mundo se encontra. Sem a conversão
dos corações é difícil imaginar a cessação radical do terrorismo”. “A prática do jejum
– lê-se na nota de 6 de dezembro de 2002 – se dirige ao passado, ao presente e ao
futuro: ao passado como reconhecimento das culpas contra Deus e contra os irmãos,
uma mancha que todos temos; ao presente, para aprendermos a abrir os olhos para os
outros e para a realidade que nos circunda; e ao futuro, para acolher no coração as
realidades divinas e renovar, a partir do dom da misericórdia de Deus, a comunhão
com todos os homens e com a Criação, assumindo responsavelmente o dever de cada um
de nós na história”.
Sobre as modalidades de jejuar, a nota ressalta que “do
dia de jejum podem participar livremente todos os fiéis: os jovens, muito sensíveis
à causa da justiça e da paz; os adultos, com a única exceção para os enfermos, e até
as crianças, que podem renunciar a alguma coisa em favor de seus coetâneos mais pobres”.
“As tradições locais sugerem vários modos de jejuar: fazendo uma só refeição,
comendo apenas pão e água, ou aguardando o por do sol para assumir alimentos. Os bispos
devem também estabelecer um modo simples e eficaz para que o economizado com a privação
do alimento se destine aos pobres, de modo especial aos que sofrem nestes momentos
as conseqüências do terrorismo e da guerra”.
Enfim, a nota solicita um “sério
exame de consciência dos cristãos sobre o compromisso de cada um em favor da paz”.
(CM)