Francisco: "Inquietação do coração conduz a Deus e ao próximo"
Cidade do Vaticano (RV) – Papa Francisco saiu do Vaticano na tarde desta quarta-feira,
28, e foi ao centro de Roma para presidir a missa de abertura do Capítulo Geral da
Ordem dos Agostinianos.
A visita do Papa à Basílica de Santo Agostinho atraiu
centenas de pessoas e a área ficou completamente tomada por romanos e turistas que
aguardaram horas pela chegada do veículo utilitário de Francisco.
O Papa desceu
do carro com sua própria mitra na mão, o que chamou a atenção dos fotógrafos e foi
bastante destacado pela imprensa. Mais um gesto ‘normal’ do Pontífice. Antes de entrar
na basílica, se deteve na rua cumprimentando as pessoas.
“A inquietação do
coração conduz a Deus e ao amor”: foi a mensagem central de sua homilia, proferida
diante de frades dos cinco continentes, religiosas e consagrados que seguem a regra
do bispo de Hipona, e alguns leigos.
O Papa convidou a assembleia a deixar-se
levar por esta inquietação pessoal para conhecer Cristo e pelas necessidades dos próximos
para responder a seu amor. Salientando o percurso pessoal de Santo Agostinho, Francisco
exortou a refletir sobre a inquietação em três aspectos: “a busca espiritual, a inquietude
do encontro com Deus e a inquietude do amor”.
“O tesouro de Agostinho é justamente
o seu comportamento de não ‘privatizar’ o amor, mas estar ‘sempre em caminho, e sempre
inquieto’. Podemos nos questionar: eu vibro por Deus, para anunciá-lo, para apresentá-lo?
Ou me deixo fascinar pela mundanidade espiritual que me leva a fazer tudo por amor
de mim mesmo? Nós, consagrados, pensamos em interesses pessoais, no bom funcionamento
de nossas obras, em nossas carreiras...”.
“Por acaso me acomodei na minha
vida cristã, de sacerdote, na minha vida na comunidade, ou ainda mantenho a força
da trepidação por Deus e por sua Palavra, que me leva a ‘sair’ de mim mesmo e ir em
direção dos outros?”.
Prosseguindo, Francisco disse “sentir pena” quando pensa
nos consagrados não-fecundos, “solteirões” que não têm vibração espiritual para anunciar
o Senhor com coragem e ir ao encontro de todo irmão ou irmã; e terminou citando como
exemplo a “fecundidade” pastoral de Santo Agostinho, o “inquieto”. (CM)