2013-08-25 15:14:34

Padre Pepe falou do encontro com o amigo Bergoglio: "O vejo com muita energia e vontade em realizar. Está rejuvenescido!"


Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste sábado, 24, o Papa Francisco encontrou-se, no Vaticano, com o sacerdote José Maria di Paola, também conhecido como ‘Padre Pepe’ ou ‘Padre villero’. Ele participou do Encontro de Rimini, promovido pela ‘Comunhão e Libertação’. Padre Pepe e o então Cardeal Arcebispo de Buenos Aires trabalharam juntos na periferia de Buenos Aires. A Rádio Vaticano entrevistou o sacerdote após o encontro.

RV: Padre Pepe, como foi o encontro com o Papa Francisco?

R: “A verdade é que foi um encontro muito emocionante para mim. Não o via desde que saiu de Buenos Aires. Realmente foi muito emocionante vê-lo como Papa. Para mim é estranho vê-lo assim, mas ao mesmo tempo muito emocionante. Está muito bem. Eu o vi com muita energia e com muita força. Rejuvenescido. Assim voltarei para a Argentina muito contente, porque, mesmo sendo grade a responsabilidade de guiar a Igreja, o vejo com a força necessária para fazê-lo”.

RV: O Papa Francisco tem saudades da Argentina e de Buenos Aires?

R: “Eu acho que não. Acredito que ele saiba qual é o seu presente. Eu trouxe a térmica, o chimarrão e tomamos juntos. Ele fica contente quando se fala de Buenos Aires e da Argentina, porém sabe que o seu presente está aqui, à serviço de todas as pessoas. Disto está consciente, mas certamente não esquece as suas raízes”.

RV: De Arcebispo de Buenos Aires a Pastor da Igreja Universal. Como mudou Papa Bergoglio?

R: “Fundamentalmente o vejo igual. Também na forma como nos recebe, porque quando íamos à Cúria de Buenos Aires, ele vinha ao nosso encontro com simplicidade. Tinha uma escrivaninha e nada mais e após nos acompanhava pessoalmente para nos saudar. Esta simplicidade se vê também no Vaticano. Continua a ser o mesmo homem, isto é, não um príncipe da Igreja, mas um servidor da Igreja. E esta característica sempre esteve muito presente na sua pessoa. Isto foi o que sempre nos encorajou. Vejo também que existe uma continuidade, porque pensa permanentemente nas pessoas, especialmente às mais necessitadas e quer ter uma relação muito próxima com elas. Fundamentalmente o vejo igual e com muita energia, com muita vontade de realizar. O vejo realmente revitalizado”.

RV: Você entregou ao Papa muitas cartas, anéis, terços para serem abençoados. As pessoas lembram dele com carinho em Buenos Aires?

R: “Sim, trouxe tantas coisas sem ter feito nenhuma propaganda. As pessoas que ficavam sabendo da minha visita ao Papa me diziam: “isto é para o Papa Francisco!”. Entreguei ao Papa cartas de pessoas doentes, livros, entre eles o livro escrito pelo grupo que trabalha na recuperação dos dependentes de drogas nas favelas, que completou cinco anos. De fato, eles não se esquecem que ele foi o fundador, porque lavou os pés, na Quinta-feira Santa de cinco anos atrás, de 12 jovens. E entreguei as cartas destes dois jovens a quem o Arcebispo Bergoglio lavou os pés e que hoje têm uma vida nova, um trabalho, a sua família e são eternamente agradecidos ao Papa. Por isto queriam que Francisco recebesse este livro, o primeiro número saído da impressora, ainda com a tinta fresca. É certo, levei tantas outras coisas e acredito que na valise haviam tantos sentimentos de tantas pessoas”.

RV: O Papa continua a acompanhar o trabalho que vocês fazem na periferia de Buenos Aires com os jovens?

R: “Ele quer que nós continuemos a trabalhar. Acredito verdadeiramente que o melhor modo de servir o Papa, da nossa parte, seja este de sermos fiéis ao seu trabalho, como antes. E também de contribuir, com a nossa gente e a experiência amadurecida com o Papa, a encorajar outros sacerdotes a viver nas periferias. Sabemos que são tantos que fazem isto em diversas partes do mundo, porém é necessário encorajá-los, porque é um testemunho evangélico para todos. Não somente para quem vive na periferia, mas também para quem vai lá. Pode ser uma união de dois mundos que às vezes são separados por causa da sociedade materialista e individualista. Bergoglio, quando estava em Buenos Aires, olhava a cidade a partir da periferia. Este olhar de Bergoglio foi a grande contribuição à Igreja de Buenos Aires”.

RV: Padre Pepe, levaste uma camiseta do Atlético de Huracàn ao Papa. Mas o Papa, como reagiu, sendo de um time rival, do San Lorenzo? A recebeu com esportividade?

R: “Sim, a sua generosidade chegou até nisto. Aceitou a camiseta do Huracán, que é o time rival do San Lorenzo, um eterno rival. Na Argentina, os torcedores do Huracán e do San Lorenzo sempre discutem, são rivais. E desde que se tornou Papa, tem bandeiras do San Lorenzo por tudo, camisetas do San Lorenzo e isto ‘me incomoda’. Então, a diretoria do Huracàn me disse: ‘Pepe, tu és do Huracàn, porque não levas ao Papa alguma coisa nossa, uma camiseta, uma carta?’. Assim entreguei ao Papa a camiseta do melhor time”.

RV: O Papa, como esportista, também entende de futebol, de técnica, de tática de futebol?

R: “Sim, e aplica isto na Igreja. O Papa é um grande diretor técnico”.










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