Egito: Anistia Internacional pede que governo tome medidas que garantam segurança
dos cristãos coptos
Londres (RV) - A Anistia Internacional pediu nesta terça-feira às autoridades
egípcias, que tomem “medidas imediatas” para garantir a segurança dos cristãos coptos
no Egito, diante de um “aumento sem precedentes” da violência sectária em todo o país.
“É
uma negligência grandiosa que as forças de segurança egípcias tenham fracassado na
hora de evitar estes ataques sectários e em proteger os cristãos coptos”, afirmou
hoje o Diretor Adjunto do Programa da Anistia Internacional para o Oriente Médio e
África do Norte, Hassiba Hadja Sahraui.
A organização pediu que os ataques
contra os cristãos coptos no Egito sejam investigados e que os responsáveis sejam
levados diante de um tribunal. Os ataques começaram após os enfrentamentos ocorridos
na quarta-feira passada entre o exército egípcio e manifestantes da irmandade Muçulmana
favoráveis ao deposto Presidente Morsi.
“Na atual situação política, tanto
as autoridades egípcias como as lideranças da Irmandade Muçulmana fracassaram de maneira
vergonhosa na hora de evitar e conter os ataques indiscriminados contra os cristãos
coptos”, observou Sahraui.
Segundo o responsável da Anistia Internacional,
“condenar a violência não é suficiente” e os “trágicos ataques não surpreenderam,
dada a linguagem sectária e incendiária usada por alguns simpatizantes do deposto
Presidente Mohamed Morsi”. “Os ataques contra os cristãos coptos devem ser investigados
e os responsáveis devem ser levados à justiça”, defendeu.
A comunidade copta
sofreu agressões no Egito desde o início dos distúrbios no Cairo, em 14 de agosto
passado. Alguns cristãos foram assassinados e igrejas, mosteiros, hospitais, casas
e negócios foram atacados e queimados.
Segundo a Anistia internacional, 38
igrejas foram incendiadas e 23 sofreram danos parciais em todo o país. Também dezenas
de casas e negócios foram saqueados ou queimados. Somente na Província de Minya, onde
a situação é “especialmente desesperadora”, foram registrados mais de 20 ataques contra
igrejas enquanto outros aconteceram em Alexandria, na Província de Assiut, na cidade
de Beni Suef, Fayum, Gida, Norte do Sinai e Suez. (JE)