Papa exortou os Voluntários a se rebelar contra a cultura do provisório
Rio de Janeiro (RV) – Na tarde deste domingo,
por volta das 17h30min, antes de seguir para o Aeroporto do Galeão, o Papa Francisco
encontrou os voluntários da Jornada Mundial da Juventude no Centro de Congressos ‘Rio
Centro’. Foram cerca de 15 mil voluntários que trabalharam por dois anos na preparação
da JMJ Rio 2013. Um encontro de forte emoção e alegria, em que os jovens gritava:
"esta é a juventude do Papa".
Francisco dirigiu-se aos jovens, dizendo que
não podia regressar a Roma “sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso a cada
um, pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares
de jovens peregrinos e pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada
Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé”. O Papa observou que, com
os sorrisos de cada um, com a gentileza, com a disponibilidade ao serviço, “vocês
provaram que "há maior alegria em dar do que em receber”.
O Papa disse que
este trabalho de preparar o caminho para que outros possam encontrar Jesus - como
fez João Batista -, “é o serviço mais bonito que se pode realizar como discípulo”
e acrescentou: “sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada;
ao contrário, é grande a riqueza da vida que se recebe”
Após o Papa falou sobre
o chamado e a resposta às diferentes vocações. Quando falou sobre aqueles que são
chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do matrimônio:
“Há
quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”; na cultura do provisório, do relativo,
muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se
por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe
o que reserva o amanhã”.
Então o Papa pediu aos jovens, para que sejam
revolucionários, que andem contra a corrente: sim, nisto peço que se rebelem:
"que
se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são
capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho
confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”.
Tenham a coragem de ser felizes!”
A seguir o Papa falou sobre a vocação
ao sacerdócio, a que alguns são chamados a se doar ao Senhor de modo mais total, “para
amar a todos com o coração do Bom Pastor”. “A outros – continuou - chama para servir
os demais na vida religiosa: nos mosteiros, dedicando-se à oração pelo bem do mundo,
nos vários setores do apostolado, gastando-se por todos, especialmente pelos mais
necessitados”.
Nesse ponto, Francisco contou aos jovens que nunca se esquecerá
do dia 21 de setembro, quando tinha 17 anos, quando após passar pela igreja de San
José de Flores para se confessar, sentiu pela primeira vez que Deus o chamava. “Não
tenham medo daquilo que Deus lhes pede – disse o Papa. Vale a pena dizer “sim” a Deus.
N’Ele está a alegria”!
Àqueles jovens que talvez ainda não vejam com clareza
o que fazer de sua vida, o Santo Padre aconselhou “a pedir isto ao Senhor, que Ele
fará entender o caminho”, como fez o jovem Samuel, “que ouviu dentro de si a voz insistente
do Senhor que o chamava, e não entendia, não sabia o que dizer, mas, com a ajuda do
sacerdote Eli, no final respondeu àquela voz: Senhor, fala eu escuto. Peçam vocês
também a Jesus: Senhor, o que quereis que eu faça, que caminho devo seguir?”.
Ao
concluir, o Papa agradeceu novamente a todos os voluntários, às pastorais, novas comunidades
e movimentos que colocaram seus membros à disposição, exortando-os a não esquecerem
“tudo o que fizeram nestes dias, tudo o que viveram aqui”. E acrescentou: “Podem contar
sempre com minhas orações, e sei que posso contar com as orações de vocês”.
Ao
final, todos rezaram juntos uma Ave Maria. (JE)