Francisco no Brasil: Papa visitará Santuário Nacional de Aparecida na quarta-feira,
dia 24
Cidade do Vaticano (RV) - Contagem regressiva para a 28ª Jornada Mundial da
Juventude, edição esta a realizar-se no Rio de Janeiro de 23 a 28 de julho com o tema
"Ide e fazei discípulos entre todas as nações".
Para o Papa Francisco trata-se
da primeira viagem apostólica internacional, que terá como momento inicial a visita
ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nossa padroeira.
Justamente
em Aparecida, em 2007 – após a visita do Papa Bento XVI –, o então Cardeal Bergoglio
presidiu o comitê de redação do documento final da V Conferência Geral do Episcopado
Latino-Americano e do Caribe.
Foram dois papas que antes de Francisco ali homenagearam
a padroeira do Brasil: João Paulo II em 1980 e Bento XVI em 2007. O Papa inaugurou
ali a "Conferência de Aparecida", dando indicações fortes para o documento final cuja
redação, de fato, teve no então Arcebispo de Buenos Aires seu principal responsável.
Bento
XVI encontrava-se em sua primeira viagem intercontinental, como o será para o Papa
Francisco.
"Partirei daqui a oito dias – disse Francisco no Angelus
de domingo passado –, mas muitos jovens partirão antes para o Brasil. Rezemos, então,
por esta grande peregrinação que começa, a fim de que Nossa Senhora Aparecida, padroeira
do Brasil, guie os passos dos participantes e abra seus corações ao acolhimento da
missão que Cristo lhes dará."
De fato, no Angelus deste domingo o Santo
Padre colocou a JMJ sob a proteção da Virgem Maria. É em seu rosto que os discípulos
missionários encontram a ternura de Deus – lê-se no Documento de Aparecida.
Referindo-se
a este grande evento eclesial de 2007 celebrado no Brasil, o Cardeal Bergoglio dizia
que a Conferência de Aparecida foi "um momento de graça para a Igreja latino-americana"
e definira o Documento de Aparecida como a Evangelii nuntiandi da América Latina.
Relendo
hoje este documento, encontram-se muitas linhas mestras do Pontificado de Francisco:
a missionariedade da Igreja e de todo o Povo de Deus, a forte proposta do Evangelho
como caminho rumo à vida verdadeira, bem como a "doce e confortadora alegria de evangelizar".
Numa
homilia de 16 de maio de 2007, por ocasião da Conferência de Aparecida, o futuro Pontífice
recorria à expressão "periferias existenciais" nas quais é preciso evangelizar porque
– afirmava – é na dor, no desconhecimento de Deus por parte de tantas pessoas, na
injustiça e na solidão que o Espírito de Jesus sopra mais forte. (RL)