Cidade do Vaticano (RV) – No dia da Solenidade de São Pedro e São Paulo, padroeiros
da Igreja de Roma, o Papa Francisco presidiu na Basílica Vaticana à celebração Eucarística.
Como é tradição, nesta cerimônia se realiza a imposição do pálio aos novos
metropolitas. No total, este ano eram 35, mas na Basília havia 34, já que o Arcebispo
de Hue, no Vietnã, não pôde estar presente e o receberá em sua sede metropolitana.
O rito de imposição do pálio foi feito conforme estabelecido por Bento XVI
em 2012, ou seja, foi realizado no início da celebração. O novo Patriarca de Lisboa,
Dom Manuel Clemente, leu a fórmula do juramento, Francisco abençoou os pálios e a
seguir, um a um, os Arcebispos se ajoelharam diante do Papa para receber a faixa de
lã sobre os ombros.
As informações exatas sobre a origem desta tradição não
são precisas. Sabe-se, no entanto, que já no século IV o Papa usava este pálio. Provavelmente
era uma insígnia imperial passada aos bispos. O pálio passa então a ser dado por Roma
aos metropolitas, sobretudo na época de Gregório VII, logo após o ano mil, quando
existia a necessidade de controlar a eleição de bispos.
A partir daquele período,
os metropolitas vinham a Roma receber o pálio. Posteriormente, ele passou a ser concedido
também àqueles que não eram metropolitas, como um sinal de honra. Na década de 70,
houve a reforma do pálio, desejada pelo Papa Paulo VI, por isso até hoje é concedido
apenas aos metropolitas, no dia 29 de junho, Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro
e Paulo, justamente para evidenciar a ligação daqueles que carregam o pálio com a
Sé Apostólica.
O simbolismo do pálio foi sendo enriquecido ao longo dos séculos.
No início, ele teve um simbolismo sobretudo eclesial, isto é, em todo o primeiro milênio
o pálio indicava a ovelha que estava perdida, e, portanto, significava o pastor que
a carregava em seu ombro esquerdo. Está representado em toda a iconografia e em todos
os mosaicos do primeiro milênio.
Posteriormente, ele mudou a forma: foi colocado
‘ad ipsilon’ sobre a pessoa que o usava e assumiu outro significado. As cruzes
vermelhas (do Pontífice - os Arcebispos recebem com a cruz preta) assumiram o significado
das chagas do Senhor. Os cravos assumiram o significado dos três pregos da crucificação.
Assim, o pálio assumiu sobretudo um significado cristológico, do Cristo Bom Pastor.
Hoje, há esses dois elementos juntos.
O pálio é feito de lã, abençoada pelo
Pontífice na festa de Santa Inês, e significa a ovelha perdida, leva os cravos e tem
essas cruzes para significar que o Bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas.