Igreja Corpo de Cristo: tema da catequese da audiência geral, com imensa multidão.
Papa apela à unidade dos cristãos e ao acolhimento dos refugiados
Não obstante o intenso
calor registado em Roma, mais uma vez uma imensa multidão de dezenas de milhares de
fiéis se concentrou esta manhã na praça de São Pedro para a audiência geral desta
quarta-feira. Papa Francisco comentou desta vez uma expressão usada pelo Concílio
Vaticano II na Constituição “Lumen gentium”, sobre a Igreja, a saber: “a Igreja é
Corpo de Cristo”. “A Igreja é o Corpo de Cristo, que é a sua cabeça - observou.
Como o corpo de uma pessoa não sobrevive separado da cabeça, assim nós temos de permanecer
unidos a Cristo, permitindo-Lhe que actue em nós, que a sua Palavra nos guie e a sua
presença eucarística nos alimente e vivifique. "A imagem da Igreja como Corpo
de Cristo ajuda-nos a ver outro aspecto: há nela uma grande variedade de tarefas e
funções, mas todas estão interligadas e concorrem para formar um único corpo vivo,
profundamente unido a Cristo. Todos devemos fixar isto: fazer parte da Igreja significa
estar unido a Cristo e receber d’Ele a vida divina que nos faz viver como cristãos,
significa permanecer unido com o Papa e os Bispos que são instrumentos de unidade
e comunhão, e significa ainda aprender a superar individualismos e divisões, a entender-nos
melhor, a harmonizar as diferenças e riquezas de cada um. Para o corpo sobreviver,
os membros devem estar unidos! A unidade é superior aos conflitos.” Nas saudações
especiais aos peregrinos lusófonos, o Papa Francisco mencionou expressamente um “grupo
de Juristas Católicos de Língua Portuguesa”, “peregrinos de Lisboa” e outros provenientes
dos vários países lusófonos. “Que esta peregrinação aos túmulos dos Apóstolos São
Pedro e São Paulo (disse) fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver com a
Igreja, sob o terno olhar da Virgem Mãe. Aprendei com Ela a ler os sinais de Deus
na história, para serdes construtores de uma nova humanidade. Com estes votos, invoco
sobre vós e vossas famílias a abundância das bênçãos do Céu.” No final da audiência,
agradecendo a presença de tantos fiéis, o Santo Padre pediu-lhes que rezassem por
ele e pelo seu serviço à Igreja. E recordou a celebração, nesta quinta-feira, 20 de
junho, do Dia Mundial do Refugiado. “Este ano – recordou o Papa Francisco – somos
convidados a considerar especialmente a situação das famílias refugiadas, muitas vezes
constrangidas a deixar apressadamente a própria casa e a pátria, perdendo todos os
bens e segurança, para fugir às violências, perseguições, ou graves discriminações
devido à religião professada, à pertença a um certo grupo étnico ou às suas ideias
políticas”. “Para além dos perigos da viagem (sublinhou o Papa), muitas vezes estas
famílias correm o risco de se desagregarem; e, no país que os acolhe, têm que se confrontar
com culturas e sociedades diferentes da sua”. “Não podemos ser insensíveis em relação
às famílias e a todos os nossos irmãs e irmãos refugiados: somos chamados a ajudá-los,
abrindo-nos à compreensão e à hospitalidade”. “Que nunca faltem em todo o mundo pessoas
e instituições que lhes prestem assistência” – foi o voto expresso pelo Papa, a concluir.
“No rosto dos refugiados – recordou – está impresso o rosto de Cristo”.