Cidade
do Vaticano (RV) - O Senhor é a proteção de seu Povo. Na primeira leitura, extraída
do 1º Livro dos Reis, uma viúva, ou seja, uma mulher totalmente pobre, acolhe em sua
casa um profeta, justamente por ele ser um homem de Deus. Contudo, à chegada do hóspede,
seu filho morre. Ela lê nesse fato um castigo por seus pecados. Vivendo a dor e com
grande liberdade, ela reclama a Elias – esse era o profeta – o modo como foi tratada.
Elias, confiantemente, ora ao Senhor e o menino volta à vida e o entrega à sua mãe.
Ela, agradecida, louva o Senhor.
No Evangelho temos um fato parecido. À entrada
de uma cidade, Jesus encontra o enterro de um jovem, filho único de uma viúva. Ser
viúva pobre naquele tempo era viver na miséria. Não havia pensão e, por ser pobre,
não possuía os bens de uma herança. Com a morte do filho, o futuro dela acabou, em
todos os sentidos.
Jesus vê a cena e tem compaixão da pobre mãe. Vai consolá-la
e faz aquilo que pode: devolve o rapaz à vida e o entrega à sua mãe. Todos louvam
o Senhor. O séquito de Jesus, a Vida, se encontra com um enterro, o séquito da
morte. A Vida tem compaixão, toca a morte e a derrota, o rapaz é revivificado. A Vida
destruirá a morte, mais tarde, no Calvário. Por misericórdia, o Verbo, a Palavra de
Vida, se fez homem para destruir o pecado, a morte.
Com a viúva de Sarepta
vemos a acolhida e a liberdade de expressar a dor. Com a viúva de Naim, temos a compaixão
do Senhor, que se adianta e, com seu coração, lê a dor no coração da mãe. Ela se deixa
amar pelo Senhor e a vida renasce, seu filho volta à vida pelas mãos do Redentor.
O relato do Evangelho termina com a exclamação dos presentes:”Um grande profeta
apareceu entre nós e Deus veio visitar seu povo”. Lucas nos faz ver a identificação
entre Elias e Jesus.
Jesus é maior que Elias. Enquanto Elias é um grande homem
de fé e grande intercessor, Jesus se revela a compaixão, aquele que toma a iniciativa
e nos redime de toda e qualquer culpa. Basta deixarmo-nos amar por Ele, entregarmo-nos
à sua misericórdia, ao seu coração que não segue critérios humanos, mas divinos. (CAS)