Rio de Janeiro (RV) - No segundo domingo de maio, mês de Maria, comemora-se
o Dia das Mães em nosso país. É uma data civil, mas que podemos também ver a importância
dessa comemoração como um belo sinal da vida. Ser mãe é um grande mistério de Deus
em favor da humanidade! Queremos colocar diante do Altar do Deus Uno e Trino todas
as nossas queridas mamães. Aquelas que, com a graça de Deus, ainda peregrinam neste
mundo conosco e aquelas, como a minha saudosa mamãe, que já contemplam a visão beatífica
de Deus, no céu, sendo nossas poderosas intercessoras. Cresci em uma família numerosa.
Belos tempos! Muitas pessoas hoje pensam que a família deve ser constituída de marido
e mulher e apenas um ou dois filhos, em nome de uma falácia de que é muito caro oferecer
estudo privado e uma vida de qualidade para os seus filhos. As famílias numerosas
são bênçãos de Deus. Os pais serão amparados na melhor idade pelos muitos filhos e
netos, e esse intercâmbio familiar renova e respira um ar puro da graça de Deus nas
famílias numerosas. Queridas mulheres: não tenham medo da maternidade! Não tenham
medo de ter filhos! Mesmo personagens midiáticas dão testemunho da beleza e emoção
da maternidade. Também não tenham medo de educar os filhos na fé católica! A mulher
hoje, com grande júbilo, vem ocupando um lugar de destaque cada vez maior na sociedade
e no trabalho. A mãe não renuncia à sua missão primeira e precípua de educar os seus
filhos, de ouvi-los, de ensiná-los a falar, de ensiná-los a ouvir, de ensiná-los a
enxergar as maravilhas de Deus e educá-los transmitindo a fé católica que recebeu
de seus pais para os seus filhos. Na festa da Sagrada Família de 2012, em Roma,
o Papa Bento XVI assim nos alertou: “A preocupação de Maria e José para com Jesus
é a mesma de cada pai que educa um filho, o introduz na vida e na compreensão da realidade.
Hoje, portanto, é necessária uma oração especial ao Senhor por todas as famílias do
mundo. Imitando a Sagrada Família de Nazaré, os pais se preocupam seriamente com o
crescimento e educação dos filhos, para que, amadurecidos como homens responsáveis
e cidadãos honestos, sem se esquecer jamais de que a fé é um dom precioso que deve
ser alimentada nos filhos com o exemplo pessoal”. Como o Papa naquela época convocou
todo o mundo a rezar para que cada criança possa ser “acolhida como dom de Deus” e
que encontre em sua família o sustento para “crescer como o Senhor Jesus em sabedoria,
idade e graça diante de Deus e dos homens”, hoje faço o mesmo apelo a todas as mães
que, unidas aos seus maridos, sejam escola de evangelização para os seus filhos e
que não tenham medo de ter filhos e educá-los na fé. “O amor, a fidelidade e a dedicação
de Maria e José sejam exemplos para todos os esposos cristãos, que não são os amigos
ou os patrões da vida de seus filhos, mas os protetores deste dom incomparável de
Deus (...). O silêncio de José, homem justo, e o exemplo de Maria que conservava todas
as coisas em seu coração, nos façam entrar no mistério pleno da fé e da humanidade
da Sagrada Família. Desejo a todas as famílias cristãs que vivam na presença de Deus
com o mesmo amor e alegria da família de Jesus, Maria e José”, concluiu o papa celebrando
a Sagrada Família, modelo para todas as nossas famílias. As mães são mulheres de
oração: lembremo-nos de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, na intercessão pela
conversão do filho. Como gratidão por tê-lo tão profundamente impregnado da doutrina
de Cristo, São Gregório Magno mandou pintar sua mãe Sílvia ao seu lado, com vestido
branco e a mitra dos doutores, estendendo dois dedos da mão direita, como para abençoar,
e tendo na mão esquerda o livro dos santos Evangelhos diante dos olhos de seu filho.
Quem nos deu São Bernardo, e o fez tão puro, tão forte, tão abrasado de amor por Deus?
Sua mãe, Aleth. Por isso, as mães são as educadoras de seus filhos na fé. Gostaria
de fazer um apelo a todas as mães, particularmente às mães dos sacerdotes, bem como
a todos os cônjuges, para que se dediquem generosamente na educação dos filhos, preparando
o fértil terreno espiritual onde brotam e amadurecem as vocações ao sacerdócio e à
vida consagrada. Oremos para que, por intercessão de Nossa Senhora do Bom Conselho,
as famílias cristãs se tornem pequenas Igrejas em que todas as vocações e todos os
carismas possam ser acolhidos e valorizados. Quero enviar, de coração, minha especial
bênção a todas as mães de nossa Arquidiocese. Uma saudação especial às mães que, de
maneira generosa, abrem as portas de seus lares para receberem os jovens peregrinos
para a JMJRio 2013, bem como às mães que estão doentes. Saúdo as mães que sofrem com
os seus filhos nos presídios, para que não percam a esperança de que, terminado esse
tempo, seus filhos voltem para os seus braços. Manifesto a minha proximidade às mães
que estão nos cárceres de nossa Arquidiocese. Que esse período não esmoreça a sua
maternidade e oportunidade para um renascimento espiritual. Enfim, às mães hospitalizadas
ou acamadas meu carinho especial. A todas as mães a minha bênção e a minha proximidade,
meu carinho, meu afeto e o meu Deus lhes pague pelo seu sim generoso e a sua abertura
a vida. Que estas mulheres continuem dando testemunho da beleza do mistério da vida
da sua maternidade, o maior dom de Deus em favor da humanidade. Parabéns! Que
Deus e a Bem-Aventurada Virgem Maria abençoe todas as nossas mães, amém, aleluia! †
Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião
do Rio de Janeiro, RJ