Esporte e voluntariado marcam os 100 dias para a JMJ
Rio de Janeiro (RV) - Agora é oficial. Faltam 100 dias para a Jornada Mundial
da Juventude e para marcar a contagem regressiva, comemorações foram realizadas com
muita oração, música, dança e práticas esportivas. Na manhã deste domingo, dia 14
de abril, nem a chuva espantou as pessoas dos atos esportivos na praia de Copacabana,
dentre eles partidas de vôlei, futebol, caminhada, slackline, oficinas de surf, longboard,
patins e uma roda de capoeira. A praia receberá durante a Jornada, em julho, três
dos Atos Centrais, dois deles com a presença do Papa Francisco.
Além disso,
um time de seminaristas jogou futebol contra a escolinha Geração, da própria praia
de Copacabana. Tudo isso foi mais uma forma de comemorar esse marco na expectativa
da Jornada. Na sexta-feira ocorreu a Vigília, em que os jovens passaram pelo boêmio
bairro da Lapa e, ontem à tarde, houve uma animada feijoada na Quadra da Unidos da
Tijuca, na área portuária.
O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta,
que esteve presente no evento esportivo de hoje, acredita que essa é uma movimentação
dos jovens para dizer ao mundo que, daqui a 100 dias, teremos a JMJ. Para ele, “O
esporte é o rosto do Rio de Janeiro. É um jeito de lembrar as pessoas que o esporte
pode ser saudável e também ajudar a trabalhar em equipe, viver em equipe e dar um
sentido para sua própria vida, num sentido de fraternidade, de ajuda mútua, de crescimento”,
afirmou. Para ele, o Rio de Janeiro tem a missão de acolher jovens do mundo todo
e dizer: “jovens, nós confiamos em vocês, coragem e vão adiante”, disse.
Como
bem lembrou Larissa Barros Fernandes, uma das coordenadoras da caminhada, a Jornada
Mundial da Juventude não é somente aquela semana tão esperada em julho, ela é resultado
de toda uma preparação e assim, já está presente na cidade.
Um dos coordenadores
gerais das comemorações dos 100 dias rumo à JMJ, Walmyr Junior, responsável pelas
atividades esportivas, disse que ele e as demais pessoas da organização não pensaram
apenas em um futebol, ou em uma partida de vôlei, visto que a juventude é muito diversificada,
apresentando gostos também para outros esportes. “Primeiro a gente pensou na qualidade
de vida que todo ser humano deve buscar. Jesus Cristo disse: ‘Eu vim para que todos
tenham vida, e vida em abundância’. Nada melhor do que uma prática esportiva para
melhorar nossa qualidade de vida e fazer com que a Jornada Mundial da Juventude possa
também valorizar a vida da juventude na sua plenitude”, afirmou Walmyr.
Também
com uma visão de trazer plenitude aos jovens, o seminarista Raílson Barbosa, que jogou
no time de futebol do Seminário São José, destacou que levar a juventude para o futebol,
o vôlei e outros esportes é uma oportunidade de evangelização. Para ele, esporte e
saúde tem tudo a ver com a JMJ. “Como que a gente vai rezar com o corpo não muito
sadio? Além do espiritual, temos que cuidar do corpo. E a gente vai andar muito na
vigília”, brincou.
De acordo com Ricardo Pantoja, coordenador da pastoral do
esporte da Arquidiocese do Rio e também das oficinas e dos esportes radicais ocorridos
hoje, como longboard, surf e slackline, o perfil do Rio é muito esportivo, já que
há muitas oportunidades oferecidas na cidade, levando-se em conta também os importantes
eventos que acontecerão nos próximos anos. “Os próprios valores esportivos, quanto
os da Igreja são bem semelhantes”, ressaltou.
Ainda sobre essa questão da relação
entre a religião e o esporte, Aline Stoffel, coordenadora do vôlei e profissional
de Educação Física, afirmou que as atividades esportivas foram um momento único em
que pôde unir sua fé com sua profissão. “É muito bom estar ativa na JMJ e ser voluntária.
Quando fiquei sabendo do evento fiquei maravilhada. Pensei logo que ia poder juntar
minha fé com algo que eu amo de fazer e escolhi para o resto da vida”, disse.
Voluntários
incentivam participação de crianças do projeto municipal Casa Viva
Aline Lima
e Rômulo Braga são dois voluntários da JMJ que tiveram a iniciativa de levar algumas
crianças do projeto social da prefeitura do Rio “Casa Viva”, situado em Laranjeiras,
para que não só pudessem participar do evento esportivo, mas também para trazer para
eles a presença de Deus.
Os dois começaram a acompanha-los há alguns meses,
fazendo algumas atividades. Segundo a Aline, apesar de serem voluntários, esse trabalho
que fazem não é vinculado à JMJ, mas afirmou terem interesse de que as crianças entrem
nesse clima da Jornada como forma de ser um “reavivamento”. “É um programa que tem
tudo a ver com a Jornada”, disse a voluntária.
Através desse projeto, atualmente
há cerca de 12 crianças que saíram das ruas e estão passando por uma fase de reabilitação
para depois serem liberados e voltarem para suas casas. (CM)