Com Papa Francisco, novos horizontes no diálogo ecumênico e inter-religioso
Cidade do Vaticano
(RV) – O Papa Francisco recebe nesta quarta-feira, na Sala Clementina, as delegações
ecumênicas e de outras religiões, que vieram a Roma para a missa de início de seu
pontificado.
Em audiência separada, recebe primeiramente o Patriarca Ecumênico
de Constantinopla, Bartolomeu I. A seguir, o Metropolita Hilarion, do Patriarcado
de Moscou. Ao meio-dia, recebe os delegados de Igrejas, comunidades eclesiais e organismos
ecumênicos internacionais e o Diretor do Congresso Judaico Latino-americano, o argentino
Claudio Epelman.
Mas quais as perspectivas que se abrem para o diálogo inter-religioso
e ecumênico com a eleição de um Papa que provém da América Latina – uma região que
é fruto da miscigenação de raças e culturas? Foi o que perguntamos ao Presidente da
Comissão Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religiosos da CNBB, Dom Francisco
Biasin, que é Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ):
O Papa Francisco,
vindo da Argentina, portanto tendo esta cultura includente, aberta, dialogante, tem
uma marcha a mais em relação ao diálogo inter-religioso. Em Buenos Aires, por sinal,
tem uma forte comunidade islâmica e, sobretudo, judaica. A Sinagoga de Buenos Aires
é muito famosa. Pelo que me consta, ele teve sempre uma relação muito aberta, muito
dialogante. Eu diria de abertura muito grande com nossos irmãos maiores, que são os
hebreus e, da mesma forma, com o mundo islâmico. Abrem-se novos horizontes no diálogo
ecumênico e inter-religioso. Sei que em Buenos Aires, alguns anos atrás, houve um
encontro de neopentecostais com a Igreja Católica. O então Arcebispo, Card. Bergoglio,
ele se ajoelhou no estádio e pediu a bênção aos pastores sobre ele. Portanto, o gesto
que ele fez na sacada da Basílica de S. Pedro de pedir a bênção do povo faz parte
da personalidade dele, essa atitude dialogante, sobretudo de uma fé vivida em comum
em tudo quanto é possível, respeitando naturalmente as diversas tradições religiosas
e eclesiais. Para mim, a escolha deste novo papa, além de ser uma surpresa para o
mundo todo, é uma surpresa de Deus para nós. Tenho certeza, aquela esperança cristã
que já é certeza, de que o diálogo ecumênico e inter-religioso será muito potencializado
dentro da nossa Igreja e trará frutos muito grandes e muito ricos entre todas as tradições
cristãs e no diálogo também com as outras religiões.
Dom Biasin fala ainda
sobre os principais desafios a serem enfrentados neste campo. Clique acima para ouvir
a entrevista completa.