Cidade do Vaticano
(RV) – Esta quinta-feira será de intenso trabalhos para os membros do Colégio
Cardinalício.
Estão previstas duas Congregações Gerais, uma pela manhã e outra
na parte da tarde, sempre na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano. Com a presença em Roma
de todos os 115 eleitores, se aproxima a data para o início do Conclave.
Diante
das especulações da mídia sobre possíveis candidatos ao papado, nós perguntamos ao
assessor da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB, Mons. Antonio Luiz Catelan Ferreira,
que está em Roma assessorando o Card. Raymundo Damasceno Assis, qual deve ser o perfil
do novo Pontífice:
Essa semana os cardeais estão dedicados a isso nas congregações:
além das questões técnicas, eles se dedicam a discernir o perfil do Papa. Seria muita
pretensão da minha parte tentar dizer uma palavra como teólogo, dando excessivamente
importância à minha opinião. Mas como opinião pessoal de um fiel da Igreja, eu diria
o seguinte: eu esperaria um Papa com uma grande capacidade de diálogo. Eu participei
como auxiliar de secretaria no Sínodo de 2008 e no final do almoço do Papa com os
padres sinodais e com os colaboradores, ele disse uma palavra que me marcou profundamente:
“A palavra de Deus cresce com os que a escutam”. Dessa palavra, ele tirava a seguinte
conclusão: que o Sínodo foi sobretudo um exercício de escuta, nos escutamos uns aos
outros e na nossa escuta a palavra de Deus cresceu. Essa capacidade de escutar o mundo,
de escutar a própria Igreja com toda a sua riqueza, com tantos carismas, comunidades
e movimentos, e também com tanta necessidade de reforma em diversos âmbitos. Então
um Papa com uma grande capacidade de escuta, em vista do diálogo. Para depois dar
uma palavra que a gente sinta que vem da meditação do coração do Papa, que discerne
à luz da Escritura, da vontade de Deus, qual é mesmo a vontade de Deus para este momento
da vida da Igreja. Eu espero um Papa assim.